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Os partidos fiscalizam

A quarta-feira deve ser de novos debates no Congresso sobre o papel do Ministério da Agricultura na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. O loteamento da pasta, prática adotada desde que o Brasil é Brasil, foi duramente criticada pela oposição ontem, em Brasília. Pelo menos 19 das 27 superintendências de fiscalização de rebanhos e lavouras […]

BLAIRO MAGGI: ministro da Agricultura reconhece que o ideal na pasta seria a nomeação técnica  / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

BLAIRO MAGGI: ministro da Agricultura reconhece que o ideal na pasta seria a nomeação técnica / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2017 às 06h32.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h06.

A quarta-feira deve ser de novos debates no Congresso sobre o papel do Ministério da Agricultura na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. O loteamento da pasta, prática adotada desde que o Brasil é Brasil, foi duramente criticada pela oposição ontem, em Brasília. Pelo menos 19 das 27 superintendências de fiscalização de rebanhos e lavouras nos estados estão nas mãos de indicados por partidos políticos, revela o jornal O Estado de S. Paulo. O campeão de indicados é o PMDB, do presidente Michel Temer, com 10 nomes. PP, PR, PSDB e PTB também têm indicados.

Segundo a investigação Carne Fraca, da Polícia Federal, a corrupção nas superintendências de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná e de Goiás foi usada para alimentar os caixas de partidos. Os superintendentes nos dois estados foram exonerados. Segundo o Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o loteamento político da pasta está na raiz do problema, e deve ser analisado pelo Congresso.

Deputados do PT entraram com representação contra o ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), citado na operação e, segundo o partido, responsável pela indicação de Daniel Gonçalves, superintendente do ministério da Agricultura no Paraná. Serraglio, em nota, disse que a nomeação de Gonçalves foi feita pelo PMDB no Paraná.

Blairo Maggi, ministro da Agricultura, afirmou ao Estado de S. Paulo que “questões políticas existem e não podemos fugir disso”, mas reconheceu que o ideal seria a nomeação técnica. Que o escândalo de corrupção dos fiscais agropecuários seja usado para melhorar a fiscalização da carne que chega à mesa dos brasileiros todos os dias, e não apenas para o jogo político cotidiano de Brasília.

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