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Odebrecht realizará obra de US$ 46 mi no aeroporto de Miami

Companhia tenta recuperar seu volume de obras, já que com o envolvimento na Lava Jato a carteira de projetos despencou de R$ 30 bilhões para R$ 12 bilhões

Odebrecht: acordo com o Aeroporto Internacional de Miami visa modernizar o sistema de bagagens (Aeroporto Internacional de Miami/Wikimedia Commons)

Odebrecht: acordo com o Aeroporto Internacional de Miami visa modernizar o sistema de bagagens (Aeroporto Internacional de Miami/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de agosto de 2018 às 11h44.

Última atualização em 10 de agosto de 2018 às 11h45.

Em meio aos esforços para recompor sua carteira de obras e voltar à normalidade de suas operações, a Odebrecht Engenharia e Construções (OEC) fechou contrato de US$ 46 milhões (cerca de R$ 175 milhões) com o Aeroporto Internacional de Miami para a modernização do sistema de bagagens. Trata-se de mais um passo da companhia na tentativa de recuperar seu volume de obras, que teve forte queda nos últimos anos.

Com o envolvimento do Grupo na Lava Jato, a carteira de projetos da construtora despencou de cerca de R$ 30 bilhões, em 2015, para US$ 12 bilhões no ano passado, segundo Fábio Januário, presidente da OEC. As receitas caíram de US$ 5,6 bilhões, em 2016, para R$ 3,5 bilhões, no ano passado.

Januário chama a atenção, no entanto, ao fato de que não só as investigações da Lava Jato, mas também a queda no preço do petróleo pesaram desfavoravelmente em sua carteira de obras. "A curva histórica de produção da construtora e dos preços do petróleo são similares, porque atuamos em economias dependentes da commodity", disse.

Além de Miami, a OEC aguarda o resultado de uma concorrência para a construção da hidrelétrica na Tanzânia, África. A investida para conquistar a obra no país africano está, de acordo com Januário, alinhada à intenção futura da construtora de buscar novos mercados, incluído no plano estratégico para os próximos três anos.

O plano prevê também que a OEC reponha em US$ 18 bilhões sua carteira de obras em três anos, sendo 30% em obras no Brasil. "Nossa meta é ganhar uma de cada quatro propostas que apresentarmos em todos os países que já atuamos", disse Januário, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Segundo ele, foram mapeadas oportunidades em 17 países e o resultado mostra um potencial de mercado de US$ 490 bilhões em três anos. "Eliminando o que não tínhamos interesse ou nos que já há envolvimento de grupos privados locais, chegamos a um mercado potencial de US$ 70 bilhões."

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