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Odebrecht direciona estratégia na AL compromisso social

Marcelo Bahia Odebrecht disse que a empresa busca em seus projetos cumplicidade social como prioridade estratégica


	Construtora Odebrecht: "uma empresa como a Odebrecht deve se certificar de que seus projetos são prioritários para a sociedade, que é o cliente final", diz Marcelo Odebrecht
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Construtora Odebrecht: "uma empresa como a Odebrecht deve se certificar de que seus projetos são prioritários para a sociedade, que é o cliente final", diz Marcelo Odebrecht (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2015 às 22h24.

Cidade do Panamá - O diretor-presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, que está no Panamá como um dos convidados do Fórum Empresarial convocado por ocasião da Cúpula das Américas, afirmou nesta quinta-feira em entrevista à Agência Efe que a companhia busca em seus projetos a cumplicidade social como prioridade estratégica.

"Uma empresa como a Odebrecht deve se certificar de que seus projetos são prioritários para a sociedade, que é o cliente final, e não para o governo da vez", declarou.

Marcelo Odebrecht também disse considerar imprescindível "manter um canal aberto que permita às empresas influenciar e ser influenciadas por todos os "stakeholders" (comunidades, ONGs, financiadores e governos)".

Um dos objetivos e desafios da Odebrecht, segundo ele, é "estar cada vez mais atenta aos impactos e exigências ambientais e sociais que envolvem seus projetos".

"A sociedade também terá que aprender a equilibrar o trade-off (sacrifício) da finalização de cada projeto, levando em conta o impacto local e a capacidade de reduzí-lo, comparado com o benefício global do projeto", frisou o diretor presidente da Odebrecht.

"Atuar e investir no antecipação de problemas futuros, na avaliação e redução dos riscos sociais e ambientais - ressaltou - é essencial".

Segundo o empresário brasileiro, na América Latina "a maioria dos investimentos deverão ser realizados pelo setor privado através de Alianças Publico Privadas (AP) ou concessões".

"Estamos falando de centenas de bilhões de dólares nos próximos anos, um volume de investimentos que não pode ser sustentado pelos balanços corporativos", explicou.

"Cada mais vamos precisar que o mercado de capitais seja o financiador dos projetos, transformando Project Finance (financiamento tradicional através dos bancos) em Project Bonds (financiamento através de emissão de ações ou bônus)", acrescentou.

Em todo este processo, segundo Marcelo Odebrecht, "os órgãos multilaterais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), são fundamentais, não só para minimizar os riscos soberanos, mas também para garantir um selo de cumprimento e qualidade nos aspectos de sustentabilidade socioambiental dos projetos".

Segundo ele, foram justamente as dificuldades de financiar projetos que levaram sua empresa a diversificar seus negócios e se transformar também em uma companhia investidora.

"Foi no Peru, onde estamos há 35 anos, onde iniciamos nossa história como investidores na América Latina", lembrou Marcelo.

O empresário disse que 70% do faturamento do grupo empresarial procede de operações fora do Brasil, um processo de internacionalização que o levou a diversos países, como os Estados Unidos, onde se tornaram líderes na fabricação de resinas de polipropileno.

"Na área da construção, temos uma presença histórica no estado da Flórida e crescente no Texas. Nosso principal negócio nos Estados Unidos é o petroquímico, e em 2014 nosso faturamento foi de US$ 2 bilhões", afirmou.

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