Odebrecht descarta Lava Jato e quer concessões de aeroportos
Mesmo com envolvimento na Lava Jato, empreiteira pretende participar de novas concessões de aeroportos
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2015 às 20h42.
Rio de Janeiro - Envolvida na Operação Lava Jato, que resultou na prisão de seu ex-presidente executivo, a Odebrecht estuda participar de novas concessões de aeroportos.
O braço de transportes do grupo pode reforçar a aposta no setor após sua primeira concessão no país, o Galeão, no Rio, registrar alta de 3% no fluxo de passageiros em 2015 - em plena crise econômica que provocou redução da malha das companhias aéreas nacionais e do fluxo de passageiros corporativos.
Nesta terça-feira, 11, em balanço das operações, a empresa descartou impactos das investigações no projeto, que prevê mais R$ 2 bilhões em investimentos até abril.
"As concessões ainda estão em período de estudos. Mas vamos avaliá-las para participar", afirmou Luiz Rocha, presidente da concessionária RIOgaleão, que opera o terminal.
Anunciado em junho, o plano do governo para retomar obras de infraestrutura no país prevê a concessão de quatro terminais: Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis, com expectativa de atração de R$ 8,4 bilhões.
Rocha destacou a "independência" da concessionária e da Odebrecht Transport, braço do grupo que comanda os investimentos no setor, para refutar impactos das investigações sobre as obras do terminal com vistas aos Jogos Olímpicos.
Mas a Polícia Federal não descarta investigar as concessões de cinco aeroportos , realizadas desde 2012, após encontrar citações aos projetos em uma lista do doleiro Alberto Youssef, pivô das investigações sobre o cartel entre empreiteiras em obras do governo.
"Não temos nenhuma espécie de preocupação. A Odebrecht Transport é uma das 15 empresas independentes do grupo, não sofre nenhuma investigação e tem capital próprio. O aeroporto também tem estrutura de governança própria e não sofre nenhuma influência da operação", frisou Luiz Rocha.
A empresa está associada ao grupo Changi Airports, responsável pelo terminal de Cingapura, na gestão do novo Aeroporto Tom Jobim.
Também compõe o consórcio a Infraero, com quem o grupo dividiu um valor recorde de outorga: R$ 19 bilhões, pagos em 2013.
Além do montante já desembolsado, o grupo planeja investir R$ 5 bilhões em 25 anos, sendo R$ 2 bilhões até abril, para complementar as obras de infraestrutura e ampliação do terminal.
O fôlego para os investimentos vêm da alta do fluxo de passageiros, de 3% mesmo com cenário adverso no país.
"Mesmo com a Copa no último ano e com a condição econômica que todos sofremos, temos crescimento no fluxo. Isso é um avanço significativo", afirmou Rocha. Com os passageiros, a expectativa é de crescimento também nas receitas comerciais, com a abertura de 60 novas lojas e restaurantes. A concessionária aposta na diversificação dos negócios, com ampliação no terminal de cargas.
Obras
No canteiro de obras da chamada Fase Olímpica, cerca de 5 mil operários trabalham 24 horas por dia para finalizar estacionamentos, píer e saguão de passageiros, com 100 mil metros quadrados e mais 26 pontes de embarque, além de pátio de aeronaves e revitalização dos dois terminais já em uso.
No conjunto, as obras estão com avanço de 60% a oito meses do prazo contratual para entrega.
O consórcio assumiu a conclusão da primeira entre três etapas de obras contratadas pela Infraero para a Copa do Mundo.
Os contratos originais foram suspensos, a concessionária discute com a sócia estatal o que fazer com obras não finalizadas - algumas nem sequer iniciadas.
Enquanto isso, a revitalização do terminal 1, o mais antigo, já apresenta resultados, com melhora na sinalização, torres de recarga de celular, climatização, novas escadas rolantes, esteiras e guichês de check-in.
A área mais aguardada - o novo píer de passageiros que concentrará as operações com 1,5 milhão de passageiros esperados durante os jogos - tem avanço de 45%, segundo o gerente de produção, Pedro Buonsante.
O esqueleto está pronto, e a próxima fase é instalar cobertura e revestimento de vidro e alumínio, além do granito nos pisos. "O desafio maior é logístico, com 70 caminhões circulando no pátio. Como fazer isso sem atrapalhar o dia a dia do aeroporto?", questiona o gerente.
Nas ilustrações que alimentam o imaginário dos passageiros, vê-se um terminal espaçoso, com instalações e acabamento de luxo, novas salas vips, praças de alimentação e ampla área comercial.
Estão previstas novas 14 esteiras rolantes para conectar as áreas de embarque, além de elevadores e sistemas de refrigeração - queixas recorrentes dos usuários.
"Os cariocas voltarão a ter orgulho de seu aeroporto. A experiência do passageiro vai ser modificada radicalmente", concluiu Rocha.
Rio de Janeiro - Envolvida na Operação Lava Jato, que resultou na prisão de seu ex-presidente executivo, a Odebrecht estuda participar de novas concessões de aeroportos.
O braço de transportes do grupo pode reforçar a aposta no setor após sua primeira concessão no país, o Galeão, no Rio, registrar alta de 3% no fluxo de passageiros em 2015 - em plena crise econômica que provocou redução da malha das companhias aéreas nacionais e do fluxo de passageiros corporativos.
Nesta terça-feira, 11, em balanço das operações, a empresa descartou impactos das investigações no projeto, que prevê mais R$ 2 bilhões em investimentos até abril.
"As concessões ainda estão em período de estudos. Mas vamos avaliá-las para participar", afirmou Luiz Rocha, presidente da concessionária RIOgaleão, que opera o terminal.
Anunciado em junho, o plano do governo para retomar obras de infraestrutura no país prevê a concessão de quatro terminais: Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis, com expectativa de atração de R$ 8,4 bilhões.
Rocha destacou a "independência" da concessionária e da Odebrecht Transport, braço do grupo que comanda os investimentos no setor, para refutar impactos das investigações sobre as obras do terminal com vistas aos Jogos Olímpicos.
Mas a Polícia Federal não descarta investigar as concessões de cinco aeroportos , realizadas desde 2012, após encontrar citações aos projetos em uma lista do doleiro Alberto Youssef, pivô das investigações sobre o cartel entre empreiteiras em obras do governo.
"Não temos nenhuma espécie de preocupação. A Odebrecht Transport é uma das 15 empresas independentes do grupo, não sofre nenhuma investigação e tem capital próprio. O aeroporto também tem estrutura de governança própria e não sofre nenhuma influência da operação", frisou Luiz Rocha.
A empresa está associada ao grupo Changi Airports, responsável pelo terminal de Cingapura, na gestão do novo Aeroporto Tom Jobim.
Também compõe o consórcio a Infraero, com quem o grupo dividiu um valor recorde de outorga: R$ 19 bilhões, pagos em 2013.
Além do montante já desembolsado, o grupo planeja investir R$ 5 bilhões em 25 anos, sendo R$ 2 bilhões até abril, para complementar as obras de infraestrutura e ampliação do terminal.
O fôlego para os investimentos vêm da alta do fluxo de passageiros, de 3% mesmo com cenário adverso no país.
"Mesmo com a Copa no último ano e com a condição econômica que todos sofremos, temos crescimento no fluxo. Isso é um avanço significativo", afirmou Rocha. Com os passageiros, a expectativa é de crescimento também nas receitas comerciais, com a abertura de 60 novas lojas e restaurantes. A concessionária aposta na diversificação dos negócios, com ampliação no terminal de cargas.
Obras
No canteiro de obras da chamada Fase Olímpica, cerca de 5 mil operários trabalham 24 horas por dia para finalizar estacionamentos, píer e saguão de passageiros, com 100 mil metros quadrados e mais 26 pontes de embarque, além de pátio de aeronaves e revitalização dos dois terminais já em uso.
No conjunto, as obras estão com avanço de 60% a oito meses do prazo contratual para entrega.
O consórcio assumiu a conclusão da primeira entre três etapas de obras contratadas pela Infraero para a Copa do Mundo.
Os contratos originais foram suspensos, a concessionária discute com a sócia estatal o que fazer com obras não finalizadas - algumas nem sequer iniciadas.
Enquanto isso, a revitalização do terminal 1, o mais antigo, já apresenta resultados, com melhora na sinalização, torres de recarga de celular, climatização, novas escadas rolantes, esteiras e guichês de check-in.
A área mais aguardada - o novo píer de passageiros que concentrará as operações com 1,5 milhão de passageiros esperados durante os jogos - tem avanço de 45%, segundo o gerente de produção, Pedro Buonsante.
O esqueleto está pronto, e a próxima fase é instalar cobertura e revestimento de vidro e alumínio, além do granito nos pisos. "O desafio maior é logístico, com 70 caminhões circulando no pátio. Como fazer isso sem atrapalhar o dia a dia do aeroporto?", questiona o gerente.
Nas ilustrações que alimentam o imaginário dos passageiros, vê-se um terminal espaçoso, com instalações e acabamento de luxo, novas salas vips, praças de alimentação e ampla área comercial.
Estão previstas novas 14 esteiras rolantes para conectar as áreas de embarque, além de elevadores e sistemas de refrigeração - queixas recorrentes dos usuários.
"Os cariocas voltarão a ter orgulho de seu aeroporto. A experiência do passageiro vai ser modificada radicalmente", concluiu Rocha.