Odebrecht dá calote em dívida de US$ 9,6 milhões
Após atraso, os credores poderão exigir o pagamento imediato de toda a dívida da companhia
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2016 às 10h06.
São Paulo - A Odebrecht Óleo e Gás deixou de pagar US$ 9,6 milhões em juros de um título em dólares emitido no exterior. A empresa tinha até sexta-feira, 15, da semana passada para efetivar o pagamento, mas não o fez.
Com isso, poderá ter toda a sua dívida acelerada, ou seja, os credores poderão exigir o pagamento imediato de toda a dívida da companhia.
A empresa já havia suspendido o pagamento no dia 17 de março, quando originalmente vencia o prazo referente aos juros dos bônus perpétuos de US$ 550 milhões.
Por contrato, no entanto, a empresa tinha mais 30 dias para honrar a dívida. Passado esse prazo, a decisão tomada foi a de não pagar. Segundo nota enviada pela empresa, o objetivo é preservar a liquidez da companhia para que siga operando normalmente.
A crise financeira da Odebrecht Óleo e Gás teve início com o cancelamento pela Petrobras de um contrato de afretamento e operação da sonda semissubmersível ODN Tay IV.
Esse contrato garantia duas outras séries de bônus emitidos pela companhia no valor total de US$ 3,1 bilhões e com vencimento nos anos de 2021 e 2022.
Pelas regras estabelecidas na emissão dos bônus, no caso de cancelamento do contrato por parte da Petrobras, a empresa tinha 90 dias para fazer um novo negócio. O prazo não fui cumprido.
O problema é que, com a queda dos preços do petróleo no mundo inteiro, que afetou as petroleiras em geral, não há demanda por sondas e a Odebrecht não conseguiu um novo contrato.
Estima-se que mais de 70 sondas estejam hoje paradas em todo o mundo, sem interessados em usar os serviços. Esse foi um dos motivos que levaram os credores desses bônus a aceitaram renegociar as condições da dívida. O prazo final para se chegar a um acordo é o fim do mês de maio.
Já no caso dos bônus perpétuos, que são títulos sem vencimento caracterizados pelo pagamento de juros anuais, a Odebrecht terá de abrir outra frente de negociação com seus credores.
De acordo com um advogado que cuida dos interesses dos detentores de bônus da Odebrecht, mas que não quis se identificar, a vantagem para a empresa nesse caso é que os donos dos bônus perpétuos não estão organizados e podem demorar a acionar a companhia.
Segundo fonte ligada à empresa, existe a expectativa de se fazer o pagamento até a próxima semana. Em nota oficial, a empresa disse que "segue em discussões com seus stakeholders e analisa soluções para o fortalecimento de sua posição financeira de curto e longo prazos, em meio ao desafiador cenário vivido pela indústria de petróleo e gás mundial".
O grupo Odebrecht tinha em 2014 uma dívida líquida consolidada, já descontado seu caixa, de R$ 63 bilhões. A empresa foi envolvida na Operação Lava Jato e o presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, está preso desde o ano passado.
Recentemente, a empresa anunciou que seus executivos farão um acordo de delação premiada "definitivo".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - A Odebrecht Óleo e Gás deixou de pagar US$ 9,6 milhões em juros de um título em dólares emitido no exterior. A empresa tinha até sexta-feira, 15, da semana passada para efetivar o pagamento, mas não o fez.
Com isso, poderá ter toda a sua dívida acelerada, ou seja, os credores poderão exigir o pagamento imediato de toda a dívida da companhia.
A empresa já havia suspendido o pagamento no dia 17 de março, quando originalmente vencia o prazo referente aos juros dos bônus perpétuos de US$ 550 milhões.
Por contrato, no entanto, a empresa tinha mais 30 dias para honrar a dívida. Passado esse prazo, a decisão tomada foi a de não pagar. Segundo nota enviada pela empresa, o objetivo é preservar a liquidez da companhia para que siga operando normalmente.
A crise financeira da Odebrecht Óleo e Gás teve início com o cancelamento pela Petrobras de um contrato de afretamento e operação da sonda semissubmersível ODN Tay IV.
Esse contrato garantia duas outras séries de bônus emitidos pela companhia no valor total de US$ 3,1 bilhões e com vencimento nos anos de 2021 e 2022.
Pelas regras estabelecidas na emissão dos bônus, no caso de cancelamento do contrato por parte da Petrobras, a empresa tinha 90 dias para fazer um novo negócio. O prazo não fui cumprido.
O problema é que, com a queda dos preços do petróleo no mundo inteiro, que afetou as petroleiras em geral, não há demanda por sondas e a Odebrecht não conseguiu um novo contrato.
Estima-se que mais de 70 sondas estejam hoje paradas em todo o mundo, sem interessados em usar os serviços. Esse foi um dos motivos que levaram os credores desses bônus a aceitaram renegociar as condições da dívida. O prazo final para se chegar a um acordo é o fim do mês de maio.
Já no caso dos bônus perpétuos, que são títulos sem vencimento caracterizados pelo pagamento de juros anuais, a Odebrecht terá de abrir outra frente de negociação com seus credores.
De acordo com um advogado que cuida dos interesses dos detentores de bônus da Odebrecht, mas que não quis se identificar, a vantagem para a empresa nesse caso é que os donos dos bônus perpétuos não estão organizados e podem demorar a acionar a companhia.
Segundo fonte ligada à empresa, existe a expectativa de se fazer o pagamento até a próxima semana. Em nota oficial, a empresa disse que "segue em discussões com seus stakeholders e analisa soluções para o fortalecimento de sua posição financeira de curto e longo prazos, em meio ao desafiador cenário vivido pela indústria de petróleo e gás mundial".
O grupo Odebrecht tinha em 2014 uma dívida líquida consolidada, já descontado seu caixa, de R$ 63 bilhões. A empresa foi envolvida na Operação Lava Jato e o presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, está preso desde o ano passado.
Recentemente, a empresa anunciou que seus executivos farão um acordo de delação premiada "definitivo".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.