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Odebrecht conclui venda de divisão ambiental por R$ 2,9 bi

Do total da venda, R$ 2,5 bilhões ficarão no caixa da Odebrecht para dar liquidez e honrar compromissos futuros

Odebrecht Ambiental: concretização da venda é um alento para a Odebrecht em meio a notícias ruins (Odebrecht Ambiental/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de abril de 2017 às 11h10.

São Paulo - A conclusão da venda da Odebrecht Ambiental para a canadense Brookfield, por R$ 2,9 bilhões, dará um pouco mais de fôlego ao grupo, que hoje é o centro do maior escândalo de corrupção do País.

Ao fechar a negociação do braço de saneamento da empresa, seis meses depois do acordo de compra, a companhia também conseguiu a garantia dos grandes bancos brasileiros de que o valor não será usado para o pagamento antecipado de dívidas, mas para reforçar o caixa do grupo.

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Dos quase R$ 2,9 bilhões (pela cotação de ontem), R$ 2,5 bilhões ficarão na empresa para dar liquidez aos negócios e honrar compromissos futuros. O restante será pago em até três anos, dependendo das metas de desempenho da Ambiental.

Inicialmente, cogitou-se usar o dinheiro da venda para cobrir garantias dadas na renegociação de alongamento da dívida da Odebrecht Agroindustrial.

Mas, com a deterioração do cenário para a empresa e a queda do chamado back log (carteira de obras) da construtora, ficou definido que o dinheiro será usado na criação de um colchão de liquidez para garantir os negócios na empreiteira e na Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR), que sofre com a retração da economia e a queda na demanda dos consumidores.

"Os contratos agora assinados nos ajudam a olhar para o futuro. Não vamos esquecer o passado. Estamos pagando caro por nossos erros. Mas esses acordos nos permitem investir na liquidez e retomada dos negócios de construção e infraestrutura", afirmou o presidente do grupo Odebrecht, Newton de Souza, em nota ao mercado.

A conclusão da venda da Ambiental é um alento no meio de um turbilhão de más notícias que afeta a empresa desde o início da Lava Jato, entre elas, a prisão de seu principal executivo, Marcelo Odebrecht.

Além da operação brasileira, que também sofre com o recuo da economia, o mercado internacional tem castigado a empresa.

Nos últimos meses, a companhia perdeu importantes investimentos no exterior, como a concessão de rodovias na Colômbia e um gasoduto no Peru.

O reflexo dessa reação do mercado externo, que representava dois terços da carteira de projetos da empresa até o ano passado, foi o drástico recuo das obras.

De 2015 para 2016, a carteira da construtora caiu US$ 11,1 bilhões, de US$ 28 bilhões para US$ 17 bilhões. A empreiteira representa 41% das receitas do grupo, segundo relatório da agência de classificação de risco Moody's.

Além da Ambiental, a Odebrecht também deve concluir em breve a venda da participação na concessionária Riogaleão, que administra o aeroporto carioca.

A chinesa HNA detém a exclusividade para fechar o negócio. Apesar de ainda estar em due diligence, o negócio está praticamente fechado.

Expansão

Do lado da Brookfield, a aquisição é a primeira no setor de água e esgoto no Brasil. O grupo quer expandir a atuação na área.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:BrookfieldNovonor (ex-Odebrecht)

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