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O sucessor de Trabuco?

Uma notícia pegou o mercado de surpresa nesta sexta-feira. Rômulo Mello Dias não será mais presidente da operadora de cartões de crédito Cielo. Após oito anos no comando da empresa, ele renunciou ao cargo para se tornar diretor-executivo do banco Bradesco. Dias, que fez carreira no Bradesco, retorna à companhia para comandar a área de cartões […]

RÔMULO DIAS: executivo deixa o cargo de presidente da Cielo para dirigir a área de cartões do Bradesco / Germano LÜDERS
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2016 às 18h38.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h04.

Uma notícia pegou o mercado de surpresa nesta sexta-feira. Rômulo Mello Dias não será mais presidente da operadora de cartões de crédito Cielo. Após oito anos no comando da empresa, ele renunciou ao cargo para se tornar diretor-executivo do banco Bradesco.

Dias, que fez carreira no Bradesco, retorna à companhia para comandar a área de cartões e vai se reportar ao vice-presidente do banco, Marcelo Noronha. O plano parece fazer sentido — tanto para o banco quanto para Dias —, mas o mercado já começa a perguntar se trazer o executivo de volta ao banco teria um objetivo maior: prepará-lo para assumir o comando do Bradesco.

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A teoria não é das mais absurdas. O Bradesco precisa encontrar um sucessor para Luiz Carlos Trabuco. Na semana passada, os acionistas do banco aceitaram elevar de 65 para 67 anos a idade limite para o exercício da presidência do Bradesco – um dia após o seu atual presidente completar 65 anos.

O mais cotado para assumir o lugar de Trabuco, o ex-presidente da Bradesco Seguros, Marco Antonio Rossi, morreu em novembro do ano passado em um acidente de avião. “Hoje, os sucessores naturais dentro do Bradesco não são da área de varejo, mas o varejo é o maior negócio do Bradesco. Rômulo poderia ser uma escolha, já que tem experiência em varejo e também em tecnologia. É um profissional estratégico”, afirma uma pessoa familiarizada com a questão. “Rômulo claramente tem potencial para se tornar o presidente do Bradesco”, escreveram analistas do banco BTG Pactual em relatório nesta sexta-feira.

Quem não gostou muito de toda essa história foram os investidores da Cielo, que foram pegos de surpresa, já que Dias havia sido eleito em abril para presidir a empresa por pelo menos mais dois anos. As ações da empresa caíram 3,2% nesta sexta – a maior baixa do Ibovespa. A Cielo informou que seu conselho de administração elegeu Eduardo Campozana Gouveia, atualmente presidente da companhia de cartões-benefício Alelo, como seu substituto.

Se a notícia parece não ser uma boa para a Cielo, é o menor dos males possíveis. Dias, que comandou a companhia durante sua abertura de capital, em 2009, não está indo comandar um concorrente. Na verdade, o Bradesco é controlador da Cielo juntamente com o Banco do Brasil. O executivo permanecerá como um dos membros indicados pelo Bradesco no conselho de administração da Cielo. Antes de ir para a administradora de cartões, Dias trabalhou na Bradespar, holding com participações de empresas não financeiras do Bradesco, e no Bradesco BBI, o banco de investimentos do grupo. Aos 54 anos de idade, Dias ainda tem longos anos de carreira pela frente – e mais de uma década para se tornar presidente do Bradesco.

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