O que querem o Banco do Brasil, Bradesco e Itaú no exterior
Bancos brasileiros focam na internacionalização e traçam estratégias para crescer fora do país
Trajetória vai do banco de investimentos ao varejo (Alexandre Battibugli)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2011 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h34.
1. Trajetória vai do banco de investimentos ao varejozoom_out_map
1/2(Alexandre Battibugli)
São Paulo - O caminho para os bancos brasileiros no exterior começa com o banco de investimento, depois passa para o banco comercial de grandes empresas, depois para um nível middle e depois o varejo mais completo e absoluto, segundo o professor do curso de administração da FEA Celso Cláudio de Hildebrand e Grisi. Esse trajeto não é seguido por todos os bancos. “Não necessariamente é preciso atrelar corporate banking a varejo, o varejo precisa ter escala, unidades, agências e isso é algo que você pode optar em algum momento por começar a fazer a partir de um crescimento orgânico fora, o que não é um caminho muito fácil, ou por aquisições ou parcerias”, diz Norberto Pinto Barbedo, vice presidente do Bradesco.
Há dois anos, as aquisições no setor se intensificaram, segundo Grisi “Como há melhora do ambiente internacional e a economia brasileira está robusta, é possível que os bancos que já estão no processo intensifiquem a atuação e até outros bancos passem a considerar essa possibilidade”, diz Sherban Leonardo Cretoiu, professor do núcleo de negócios internacionais da Fundação Dom Cabral.
2. Depois de Estados Unidos, Banco do Brasil mira o Chilezoom_out_map
2/2(Divulgação)
São Paulo - O objetivo do Banco do Brasil é fazer o resultado oriundo da sua operação externa representar 10% do total – hoje essa representatividade é de 2%. “No exterior temos que crescer nos próximos três anos, o objetivo é chegar a 10% do resultado da rede externa compondo o resultado do BB, para isso não basta crescer organicamente”, disse Admilson Monteiro Garcia, diretor da área internacional do Banco do Brasil. No final de abril, o banco anunciou a aquisição no norte-americano Eurobank, por 6 milhões de dólares. Para 2011, o diretor também espera uma atuação mais forte do Banco do Brasil no Chile - paralelamente à aquisição do norte-americano Eurobank, o BB já negociava com uma instituição daquele país. “Algumas negociações avançam antes que outras, EUA acabou acontecendo primeiro”, disse o diretor.
Após a aquisição do Eurobank, o Banco do Brasil quer ter ao menos 400 mil clientes nos EUA até 2015. A presença do BB no país visa atender as comunidades brasileira e hispânica que vivem ali. O banco planeja investir 25 milhões de dólares nos próximos três anos nos EUA e, até 2015, inaugurar 20 agências nos país.
Na África, há uma possibilidade de atuação conjunta do Banco do Brasil, do Bradesco e do português Banco Espírito Santo. “As empresa brasileiras foram para o continente africano e vimos ali um grande nicho a ser explorado no varejo bancário”, diz o diretor do BB. A expectativa do banco é resolver a situação no continente até o final de 2011. “Desse ano não passa, com esses parceiros ou de outra forma”, afirma.
O banco pretende incrementar sua atuação na China, onde a instituição financeira possui um escritório de negócios e um de representação. O banco vai transformar o escritório de Xangai em agência, ainda esse ano. O foco será o atendimento de empresas.
Na Europa – mercado que não despertava muito interesse no BB – a estratégia é vincular as agências no continente à subsidiária do banco em Viena. Um dos objetivos dessa ação é otimizar os custos administrativos. “(A meta é) o quanto antes ser um banco global, a participação do Brasil no cenário internacional mudou, o banco mudou e temos que aproveitar esse momento”, disse Garcia.
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