Michael Bloomberg está tentado a comprar o Financial Times
Prefeito de Nova York estuda a aquisição do tradicional jornal de negócios, um negócio avaliado em mais de 1 bilhão de dólares
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 06h51.
São Paulo – Segundo o jornal americanoThe New York Times, o prefeito da cidade e fundador do grupo de mídia que leva seu nome, Michael Bloomberg , estuda a compra do Financial Times – um negócio avaliado pelos analistas em 1,2 bilhão de dólares.
A dúvida de Bloomberg – e do mercado em geral – é o que o seu grupo, que faturou 7,6 bilhões de dólares no ano passado, ganharia com o negócio. Os defensores da ideia afirmam que o primeiro motivo é óbvio: prestígio.
Mensurar a vaidade gerada por controlar o FT é fácil. O difícil, afirmam pessoas ouvidas pelo NYT, é medir, em números, o quanto a eventual compra ajudaria Bloomberg. Estrategicamente, os apoiadores do negócio afirmam que a aquisição ajudaria Bloomberg a alcançar um de seus principais concorrentes, o The Wall Street Journal, controlado pela News Corp. de Rupert Murdoch.
Marca forte
Em entrevistas recentes, Bloomberg reconheceu a força do FT, de origem britânica, no mercado americano, lembrando que o jornal vende mais exemplares nos Estados Unidos, que o WSJ vende na Europa.
Outros afirmam ainda que levar o conteúdo do FT para os terminais de conteúdo da Bloomberg agregaria valor aos leitores. Os negócios de Bloomberg assentam-se, fundamentalmente, nos 315.000 terminais dedicados que mantém pelo mundo, e que geram 85% de sua receita. Uma assinatura anual do serviço de notícias e informações financeiras custa, em média, 20.000 dólares – pagos sem pestanejar pelos grandes operadores de Wall Street.
Os céticos com a compra, porém, afirmam que o FT patina há anos. O grupo Pearson, seu atual controlador, teria a intenção de vendê-lo para se concentrar na área de educação – o seu braço mais rentável de negócios.
Os críticos admitem que o FT mantêm um modelo bem-sucedido de assinatura online, mas advertem que o jornal não está conseguindo transformá-lo em uma isca para anunciantes. A Pearson não informa, em separado, os números do FT, mas os analistas suspeitam de que o jornal seja deficitário. No último relatório de resultados, a empresa limitou-se a informar que espera uma queda nos lucros, porque o mercado enfrente turbulência na transição do modelo impresso para o digital. Dos 600.000 assinantes, metade optou apenas pela versão digital.
Sem vocação
Para os céticos, como Daniel Doctoroff, executivo-chefe da Bloomberg e amigo de seu fundador, o mais adequado é comprar uma empresa já com vocação digital. Uma parte dos executivos da Bloomberg sonha, por exemplo, com a aquisição do LinkedIn .
De qualquer modo, o FT é algo que faz o coração de Bloomberg balançar. Em uma entrevista recente, o empresário e político afirmou que o FT seria o “único jornal que compraria”, para emendar, em seguida: “Mas por que eu o compraria?”
Para responder à questão, Bloomberg lembrou, então, de uma conversa que manteve com um colega de negócios, em um dos tantos jantares de que participa. O seu interlocutor falava da indústria da mídia, e ressaltou que, atualmente, somente um tipo de pessoa compra jornais: bilionários com um grande ego. E, olhando para o prefeito de Nova York, arrematou: “como você, Bloomberg”.
Agora, é esperar para ver se o que vai prevalecer é o tino comercial, ou o ego de Bloomberg – ou se as duas coisas podem andar juntas, e de um modo lucrativo.
São Paulo – Segundo o jornal americanoThe New York Times, o prefeito da cidade e fundador do grupo de mídia que leva seu nome, Michael Bloomberg , estuda a compra do Financial Times – um negócio avaliado pelos analistas em 1,2 bilhão de dólares.
A dúvida de Bloomberg – e do mercado em geral – é o que o seu grupo, que faturou 7,6 bilhões de dólares no ano passado, ganharia com o negócio. Os defensores da ideia afirmam que o primeiro motivo é óbvio: prestígio.
Mensurar a vaidade gerada por controlar o FT é fácil. O difícil, afirmam pessoas ouvidas pelo NYT, é medir, em números, o quanto a eventual compra ajudaria Bloomberg. Estrategicamente, os apoiadores do negócio afirmam que a aquisição ajudaria Bloomberg a alcançar um de seus principais concorrentes, o The Wall Street Journal, controlado pela News Corp. de Rupert Murdoch.
Marca forte
Em entrevistas recentes, Bloomberg reconheceu a força do FT, de origem britânica, no mercado americano, lembrando que o jornal vende mais exemplares nos Estados Unidos, que o WSJ vende na Europa.
Outros afirmam ainda que levar o conteúdo do FT para os terminais de conteúdo da Bloomberg agregaria valor aos leitores. Os negócios de Bloomberg assentam-se, fundamentalmente, nos 315.000 terminais dedicados que mantém pelo mundo, e que geram 85% de sua receita. Uma assinatura anual do serviço de notícias e informações financeiras custa, em média, 20.000 dólares – pagos sem pestanejar pelos grandes operadores de Wall Street.
Os céticos com a compra, porém, afirmam que o FT patina há anos. O grupo Pearson, seu atual controlador, teria a intenção de vendê-lo para se concentrar na área de educação – o seu braço mais rentável de negócios.
Os críticos admitem que o FT mantêm um modelo bem-sucedido de assinatura online, mas advertem que o jornal não está conseguindo transformá-lo em uma isca para anunciantes. A Pearson não informa, em separado, os números do FT, mas os analistas suspeitam de que o jornal seja deficitário. No último relatório de resultados, a empresa limitou-se a informar que espera uma queda nos lucros, porque o mercado enfrente turbulência na transição do modelo impresso para o digital. Dos 600.000 assinantes, metade optou apenas pela versão digital.
Sem vocação
Para os céticos, como Daniel Doctoroff, executivo-chefe da Bloomberg e amigo de seu fundador, o mais adequado é comprar uma empresa já com vocação digital. Uma parte dos executivos da Bloomberg sonha, por exemplo, com a aquisição do LinkedIn .
De qualquer modo, o FT é algo que faz o coração de Bloomberg balançar. Em uma entrevista recente, o empresário e político afirmou que o FT seria o “único jornal que compraria”, para emendar, em seguida: “Mas por que eu o compraria?”
Para responder à questão, Bloomberg lembrou, então, de uma conversa que manteve com um colega de negócios, em um dos tantos jantares de que participa. O seu interlocutor falava da indústria da mídia, e ressaltou que, atualmente, somente um tipo de pessoa compra jornais: bilionários com um grande ego. E, olhando para o prefeito de Nova York, arrematou: “como você, Bloomberg”.
Agora, é esperar para ver se o que vai prevalecer é o tino comercial, ou o ego de Bloomberg – ou se as duas coisas podem andar juntas, e de um modo lucrativo.