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O que fez este CEO ficar “feliz em perder” US$ 13 milhões

Empresa de cosméticos Lush tomou decisão que a fez perder milhões em vendas

Produtos da Lush: marca de cosméticos que saiu das redes sociais e perdeu milhões (Lush/Divulgação)

Produtos da Lush: marca de cosméticos que saiu das redes sociais e perdeu milhões (Lush/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 28 de novembro de 2021 às 08h00.

Última atualização em 29 de novembro de 2021 às 16h13.

O presidente da marca de cosméticos britânica Lush, Mark Constantine, disse “estar feliz” com a perspectiva de sua empresa perder cerca de 13 milhões de dólares.

A empresa anunciou há alguns dias a decisão de deletar seu perfil nas redes sociais Facebook, Instagram, Tiktok e Snapchat. A decisão levou em conta a preocupação com os malefícios causados pelas redes sociais e que vieram à tona após as revelações de uma ex-funcionária do Facebook (agora Meta).

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As denúncias contra a rede social revelaram que o Facebook tinha dados que mostram que o Instagram piora a vida de usuários, em especial adolescentes, gerando ansiedade e depressão.

O anúncio de que a Lush deixaria as redes veio poucos dias antes da Black Friday, uma das principais datas de compras do ano. Com isso, a expectativa da companhia era ter uma perda significativa nas vendas.

Mas o CEO da marca não se abalou. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Constantine a afirmou: “Estou feliz em perder 10 milhões de libras por sair do Facebook”, em referência ao valor (13 milhões de dólares) que e que a empresa deve perder ao encerrar suas contas nas redes sociais. A Lush tinha 10,6 milhões de seguidores somando suas contas no Instagram e no Facebook.

“Estamos falando de suicídio aqui, não sobre se alguém deveria pintar seu cabelo de loiro. Como nós poderíamos sugerir que somos uma empresa que se importa, se olharmos para isso e não nos importamos?”, disse o executivo ao The Guardian.

Marca engajada

A companhia tem uma trajetória marcada por engajamento político e, agora, deve reformular a presença em plataformas como YouTube e Twitter, principalmente fazendo uso delas para atendimento ao cliente. Além disso, a companhia também planeja investir em mais eventos presenciais, acompanhando o avanço da vacinação.

Inclusive, não é a primeira vez que a companhia deixa as redes sociais. Em 2019, a marca anunciou a mesma decisão -- porém, aplicada somente ao Reino Unido, o que pode minar a credibilidade da ação dessa vez, como aponta Jared Watson, professor da New York University Stern School of Business, à Vogue.

De acordo com informações divulgadas pela CNN, dessa vez, todas as contas serão desativadas nesta sexta-feira, 26 -- um dia depois do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Atualmente, a marca tem mais de 900 lojas ao redor do mundo, sendo 240 delas nos EUA e Canadá.

A marca já esteve no Brasil duas vezes, sendo que a última vez em que decidiu ir embora do país foi em maio de 2018. Na época, a marca britânica afirmou que o Brasil era "um mercado muito difícil", principalmente por causa da alta carga tributária, somada à instabilidade política e à recessão prolongada, fatores que impediam que a companhia continuasse realizando investimentos no país.

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