Negócios

O que a Sony pode ganhar sendo a única dona da Sony Ericsson?

Companhia comprou por US$ 1,5 bilhão parte de sua parceira no negócio – grande aposta agora é o mercado de smartphones

Presidente da Sony, Howard Stringer: "vamos poder crescer rapidamente e oferecer aos consumidores um portfólio de produtos mais completos" (Odd Andersen/AFP)

Presidente da Sony, Howard Stringer: "vamos poder crescer rapidamente e oferecer aos consumidores um portfólio de produtos mais completos" (Odd Andersen/AFP)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 27 de outubro de 2011 às 15h35.

São Paulo - A Sony anunciou, nesta quinta-feira, a compra da participação da Ericsson na joint venture que deu origem, dez anos atrás, à Sony Ericsson. O negócio foi fechado por 1,5 bilhão de dólares e dividiu a opinião de analistas e especialistas do setor, que não conseguiram chegar a um consenso de quem vai sair ganhado com a operação.

Se, de um lado, a Sony vai ser a única dona de um negócio que faturou no terceiro trimestre do ano mais de 2,1 bilhões de dólares, de outro, há quem diga que a Ericsson se livrou de uma empresa que não gerou nenhum lucro no mesmo período.

A verdade é que, de um ano para cá, a Sony Ericsson, que já teve mais de 3% de participação global no mercado de celulares, está tendo cada vez menos espaço e a disputa fica ainda muito mais difícil quando no caminho há concorrentes como a Nokia, Apple e Samsung.

Segundo relatório da consultoria americana Gatner, no segundo trimestre do ano, a Sony Ericsson reduziu para 1,7% sua participação no mercado de aparelhos celulares. A Nokia, líder no segmento, tem bem mais de 22% de participação.

“É uma ótima notícia que a Ericsson conseguiu se livrar de um negócio com baixa escala e sem futuro estratégico", disse o analista Cheuvreux Odon de Laporte, ao Wall Street Journal.

Em nota, a Ericsson justificou a decisão de se desfazer do negócio afirmando que o mercado de telefonia móvel mudou o foco para smartphones e não vê mais sinergias em continuar operando neste segmento. Só a Apple, dona da tecnologia iOS, detém quase 20% de participação no mercado de smartphones no mundo, de acordo com a Gatner.

Apple no caminho

A Sony, por outro lado, considera a possibilidade de atuar com mais intensidade no segmento de smartphones, sem deixar de lado os aparelhos convencionais. Howard Stringer, presidente da companhia, afirmou, em coletiva com a imprensa, que a Sony Ericsson é a última peça do quebra-cabeça estratégico para os negócios da empresa.


“Vamos poder crescer rapidamente e oferecer aos consumidores um portfólio de produtos mais completos, como smartphones e tablets. Vamos abrir novas frentes de negócios”, disse o executivo ao The New York Times.

Com a operação, a Sony ganhou o cinco importantes patentes, essenciais para a exploração do mercado de smartphones. Segundo analistas, as patentes são uma peça importante do negócio, uma vez que vão evitar processos que outras empresas estão enfrentando, como o caso da Samsung. Os mesmo especialistas, no entanto, são céticos de que um dia a Sony Ericsson possa desbancar a Apple.

No terceiro trimestre do ano, a Sony Ericsson vendeu 9,5 milhões de telefones celulares, uma queda de 9% causada, principalmente, pelo avanço dos smartphones.

Resta saber quais são os planos da companhia para tentar driblar o negócio criado por Steve Jobs daqui para frente.
 

Acompanhe tudo sobre:DiversificaçãoEmpresasEmpresas japonesasEmpresas suecasempresas-de-tecnologiaEricssonFaturamentoFusões e AquisiçõesIndústria eletroeletrônicaInvestimentos de empresasNegociaçõesSonySony Ericsson

Mais de Negócios

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões