Negócios

O que a Pague Menos viu numa farmácia de manipulação baiana com receita de R$ 170 milhões

A Fórmula, rede com 90 franquias, atua no mercado de produtos manipulados há 35 anos

A Fórmula: franquia tem 90 unidades (Divulgação/Divulgação)

A Fórmula: franquia tem 90 unidades (Divulgação/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 4 de agosto de 2023 às 18h52.

Última atualização em 4 de agosto de 2023 às 19h15.

O mercado de remédios manipulados está crescendo no Brasil nos últimos anos — e há espaço para mais. Entre 2016 e 2021, o setor magistral cresceu 15%, com índices positivos em todos os anos. De acordo com o último relatório da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), o segmento encerrou 2021 com 8.391 estabelecimentos. Um número pequeno se comparado à quantidade de drogarias comercias, que já supera 90 mil unidades.

De olho nesse cenário, a drogaria Pague Menos fechou uma parceria com a farmácia de manipulação A Fórmula. A partir deste mês, os clientes que chegam na drogaria com prescrição de produtos industrializados associados a produtos manipulados poderão ser atendidos de forma completa. Todos saem ganhando: a drogaria passa a oferecer mais conveniência aos clientes, enquanto a farmácia de manipulação mira a base de 40 milhões de clientes cadastrados.

Cremes dermatológicos, chocolates funcionais com fitoterápicos para emagrecimento, balas com vitaminas e sachês pré-treino, além das tradicionais cápsulas, são alguns dos veículos mais manipulados pela rede que atua no mercado magistral há 35 anos.

"Hoje, a legislação sanitária já permite que um pediatra receite um pirulito para administrar um medicamento para crianças com dificuldade de tomar um comprimido. Queremos democratizar o produto personalizado", diz Bruno Costa, diretor executivo da rede.

Com a parceria feita com a rede Pague Menos — que se tornou a segunda maior rede do varejo farmacêutico após a aquisição da Extrafarma, chegando a 1,6 mil lojas —, a franquia de produtos manipulados espera aumentar a receita em 15% em 2024.

Conheça a aposta da dona da Cometa e 1001 para conquistar a Geração Z

Como A Fórmula foi criada

Os farmacêuticos Carlos Andrade e Edza Brasil notaram uma lacuna no ramo de farmácias em Salvador: a falta de estabelecimentos que fizessem medicamentos personalizados. Em 1988, eles criaram uma farmácia de manipulação com laboratórios visíveis aos clientes. Dez anos depois, quando já contava com quatro unidades próprias, A Fórmula se tornou uma rede de franquias.

Em 2013, a empresa passou por uma reestruturação. Os fundadores deixaram o comando da empresa e se tornaram franqueados. Atualmente, a rede é comandada pelo executivo Paulo Lazera Júnior.

Com forte presença na Bahia, estado que concentra um terço das operações, o processo de expansão da franquia se consolidou de fato nos últimos dez anos, quando unidades franqueadas começaram se multiplicar pelo Nordeste. Hoje, A Fórmula conta com 90 franquias em 20 estados brasileiros. O investimento inicial em uma franquia é de R$ 550 mil, com faturamento médio estimado em R$ 120 mil.

No último ano, o faturamento da rede foi de R$ 170 milhões, quando atendeu mais de 35 mil médicos e realizou mais de 2 milhões de formulações. A estimativa é chegar aos R$ 200 milhões neste ano.

“Nosso plano de expansão é chegar a 300 operações nos próximos cinco anos, e assim a abrangência da parceria ganha um escopo ainda maior”, diz Costa.

Como este brechó de criança chegou a 500 lojas — e quer faturar R$ 1 bilhão em 2023

A maior parte de seu portfólio (e receita) está relacionada a produtos dermatológicos, de metabolismo e longevidade. O desafio da rede, assim como de todo mercado, é convencer prescritores e pacientes dos benefícios dos remédios personalizados.

"O produto personalizado é um tratamento específico que atende de forma individualizada as necessidades de cada paciente. Hoje contamos com centenas de consultores e temos mais de 200 mil prescritores na nossa base", diz o executivo.

Bruno Costa, diretor da franquia A Fórmula (Divulgação/Divulgação)

Como vai funcionar a parceria

  • Os farmacêuticos da Pague Menos e da Extrafarma vão sugerir a compra de itens manipulados através da rede A Fórmula;
  • Através de um QRCode, os clientes serão direcionados para um atendimento via WhatsApp;
  • No atendimento, os clientes vão poder fazer o orçamento do pedido e saber informações sobre a entrega do pedido;

De acordo com Costa, todos os funcionários da Pague Menos e Extrafarma receberão um treinamento para encaminhar corretamente o consumidor que chega à drogaria com a receita de um produto a ser manipulado.

McCain conclui compra da Forno de Minas; fundadores deixam o negócio

A parceria começa ser testada em agosto na Bahia e será disponibilizada em todo o Brasil a partir de setembro. A ideia é facilitar a venda de produtos manipulados para os 40 milhões de clientes cadastrados na base da drogaria.

Mesmo que a cidade onde o consumidor resida não tenha uma unidade da franquia, a operação da unidade mais próxima se encarregará de providenciar o produto e enviá-lo para a residência do cliente. "Com o tempo, vamos mapear novas oportunidades de franquias com base na venda de itens manipulados nas drogarias", diz o executivo.

Minério, café e imóveis: o mineiro que criou um império pagando até 12 salários de bônus

Acompanhe tudo sobre:FarmáciasPague Menos

Mais de Negócios

Da mineração ao café: as iniciativas sustentáveis da Cedro para transformar a indústria

COSCO Shipping inaugura rota estratégica entre Peru e China

Subway conclui acordo para substituir Coca-Cola por Pepsi nos Estados Unidos

Depois de dominar Porto Alegre, Melnick mira Santa Catarina com projetos que somam R$ 17 bilhões