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O que a derrota do Brasil pode ensinar às empresas

Consultoria defende que causas da goleada se assemelham a problemas enfrentados por companhias que perdem o posto de líderes de mercado

EXAME.com (EXAME.com)

Luísa Melo

Publicado em 14 de julho de 2014 às 09h45.

São Paulo - A vergonhosa derrota do Brasil para a Alemanha por 7 gols a 1 tem o que ensinar não só a quem pertence ao universo esportivo, mas também às empresas. E as lições vão além de saber motivar e colocar as pessoas certas nas posições corretas.

Para Jorge Bassalo, consultor da Strategy Consulting, o fracasso de Felipão diante do desafio de tornar campeã do mundo a seleção vencedora da Copa das Confederações se assemelha, de certa forma, ao de companhias líderes de mercado que perdem representatividade por não fazerem uma boa gestão de mudança.

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Gerir mudanças, sejam elas planejadas ou não, significa cuidar para que a transição entre um momento e outro seja o mais confortável possível.

"Muitas empresas, quando oferecem um bom produto, que têm uma boa aceitação, pensam que está tudo resolvido e se esquecem de analisar a concorrência e outros stakeholders", afirma.

De acordo com ele, foi exatamente isso o que aconteceu com o treinador da seleção brasileira. Satisfeito com a campanha de sucesso realizada na Copa das Confederações, Felipão manteve o mesmo time e esquema tático para o Mundial e negligenciou os adversários e opiniões de terceiros.

"Eram situações completamente diferentes. A Copa das Confederações é disputada por 8 times. A Copa do Mundo por 32. Além disso, ele deixou de ouvir a imprensa e os analistas", diz.

Segundo o consultor, a transição de um campeonato para o outro poderia - e deveria - ter sido melhor planejada e conduzida, cuidado parecido com o que as empresas precisam ter em processos de fusão, aquisição e troca de projetos e produtos.

Imprevistos

O desfalque de Neymar, por conta de uma lesão na coluna, foi outro problema que contribuiu para a eliminação do Brasil na semifinal contra a Alemanha. "Eles não estavam preparados para essa perda. Não tinham um substituto para o atacante porque não tinham treinado outra tática. Só a de 2013, com os mesmos jogadores", diz Bassalo.

Segundo ele, isso não pode acontecer em uma companhia. É preciso sempre ter um "plano B", ainda que não se saiba se realmenete haverá mudanças e como elas acontecerão.

Ele dá o exemplo de uma fábrica de chocolates que aumenta significativamente sua produção para o período da páscoa, mas é supreendida por um forte aumento de temperatura que fará com que os itens fiquem encalhados nas prateleiras.

"Ela terá que pensar em outra coisa, como pegar esse chocolate e enviar para mercados externos onde faz frio, mesmo que seja para vender mais barato, só para não perder", diz.  Mas, para isso acontecer, a possibilidade de algo dar errado precisa ser considerada e estudada previamente.

Apoio da liderança

Segundo o consultor, outro fator que pode fazer momentos de mudanças virarem problemas para companhias é a falta de direcionamento e apoio do líder à sua equipe.

"Imagine se, no seu trabalho, você se vê em uma situação delicada e não encontra seu líder. Foi o que aconteceu com a seleção. No momento em que houve o primeiro gol (da Alemanha), o Felipão colocou as mãos no rosto, não teve nenhuma atitude. Isso desestabilizou o time completamente", considera.

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