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O plano do Spotify para enfrentar o rádio e (finalmente) lucrar

Embora tenha conseguido reverter o longo declínio da indústria da música, a companhia ainda não conseguiu lucrar devido ao alto custo dos direitos musicais.

Spotify (Foto/Getty Images)

Mariana Desidério

Publicado em 20 de janeiro de 2018 às 08h00.

Última atualização em 20 de janeiro de 2018 às 08h00.

O Spotify , o maior serviço pago de música do mundo, começará a oferecer notícias e cobertura política para atrair ouvintes e afastá-los do rádio e dos podcasts da rival Apple.

Oito empresas, incluindo BuzzFeed e Refinery29, concordaram em produzir programação para a nova iniciativa, chamada Spotlight. Um dos primeiros programas será um noticiário diário de quatro a sete minutos com reportagens de jornalistas da BuzzFeed do mundo inteiro. Inicialmente, o Spotlight só estará disponível para clientes nos EUA.

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A programação de notícias pode ajudar o Spotify a capturar parte dos US$ 18 bilhões que são gastos em publicidade de rádio por ano e aumentar a lucratividade à medida que a empresa se prepara para ser negociada na Bolsa de Valores de Nova York. Embora tenha conseguido reverter o longo declínio da indústria discográfica praticamente sozinha, a companhia não conseguiu lucrar devido ao alto custo dos direitos musicais.

Os segmentos de notícias, cultura popular, esportes e política adicionam uma nova dimensão ao Spotify, que já vinha se diversificando ao oferecer vídeos e podcasts, além de música, para seus mais de 70 milhões de usuários. Essa programação pode ser mais rentável, mas também coloca o Spotify em concorrência mais direta com o YouTube e a Apple, dois rivais poderosos.

"Eu sei que as pessoas vêm ao Spotify primeiro para ouvir, mas estamos começando a construir algo novo", disse Courtney Holt, diretor de estúdios e vídeos da empresa, em uma entrevista. "Quero criar conteúdo que possa ser visto e ouvido."

Alguns dos programas serão versões de podcasts já disponíveis no serviço e, inicialmente, vão conter os mesmos anúncios. Outros programas não terão propagandas durante a fase de teste inicial. A maneira em que os podcasts são apresentados será aprimorada para que os ouvintes possam navegar mais facilmente entre diversas histórias e assuntos, disse Holt. Eles também incluirão imagens.

Planos de expansão

Novos programas serão lançados em fevereiro e a empresa planeja expandir o Spotlight para outros mercados em breve, de acordo com uma publicação no blog.

Holt entrou no Spotify no ano passado, depois de trabalhar em mídia musical e digital, com o objetivo de descobrir o que a empresa deveria fazer além de música. Ele descartou várias séries de vídeos originais, que os usuários tinham dificuldade de encontrar no serviço e que tiveram problemas para conquistar um público.

Em seu lugar, ele concebeu o Spotlight, que segue a linha dos vídeos mais bem-sucedidos do Spotify até o momento -- vídeos de música e cenas dos bastidores apresentados nas listas RapCaviar e Viva Latino. Os usuários podem ouvir esses vídeos sem assistir, ou assistir para obter informações adicionais.

O programa do BuzzFeed dará prioridade ao áudio, mas inclui infográficos e outros elementos visuais, de acordo com Ben Smith, chefe de redação.

"O Spotify tem uma oportunidade real de competir com o rádio", disse Smith. "Estas são atualizações de notícias para pessoas da nossa geração-alvo, de 18 a 35 anos de idade."

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