Negócios

O novo passo do projeto de inovação do PIB gaúcho: uma expansão de R$ 120 milhões

Instituto Caldeira, hub de empreendedorismo criado de uma articulação entre grandes lideranças empresariais gaúchas, assumirá os espaços de uma antiga fábrica e deve virar um distrito de inovação

Espaço de eventos do Instituto Caldeira: inspiração na Starbucks para um ambiente descontraído de trabalho (Jonas Adriano/Divulgação)

Espaço de eventos do Instituto Caldeira: inspiração na Starbucks para um ambiente descontraído de trabalho (Jonas Adriano/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 22 de março de 2024 às 09h28.

Última atualização em 22 de março de 2024 às 09h42.

PORTO ALEGRE Um novo e milionário passo em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, mostra que um articulação pela inovação feita pelo PIB gaúcho há cinco anos está surtindo efeito.

O Instituto Caldeira, uma organização do terceiro setor que funciona como um hub de empreendedorismo e inovação no Quarto Distrito, área de Porto Alegre que tem concentrado escritórios e sedes de empresas de tecnologia, irá investir 120 milhões de reais numa expansão física.

O polo irá ocupar a estrutura dos antigos prédios da fábrica Tecidos Guahyba. Trata-se de um espaço com cerca de 33.000 metros quadrados, sendo 21.000 deles de área construída. O espaço fica em frente à sede atual do Instituto Caldeira, na zona norte de Porto Alegre. Bastará atravessar a rua para ir de um ambiente ao outro.

O anúncio é uma vitória para a articulação do PIB gaúcho feita há cinco anos, quando o projeto foi lançado. Por trás do hub de inovação há uma série de grandes empresários do Estado que se mobilizaram para criá-lo. Entre eles, há Marciano Testa, fundador do banco Agi, um dos líderes nacionais em empréstimos consignados; José Galló, até a pouco tempo na Renner; Rodrigo Vontobel, CEO da fábrica de chocolates Neugebauer; e Frederico Logemann, da família fundadora do gigante das commodities SLC Agrícola.

Por ali, há uma operação semelhante ao do Cubo, em São Paulo: um local para trocar ideias sobre modelos de negócios, encontrar profissionais de tecnologia com vontade de trilhar carreira numa startup e até mesmo captar recursos.

"Desde o início do Caldeira, com a ocupação das antigas estruturas da Renner, o nosso objetivo sempre foi a ressignificação desta região da cidade para um ambiente cada vez mais voltado para a inovação, o empreendedorismo, e a capacitação e qualificação de jovens talentos para a nova economia", diz Marciano Testa, fundador e presidente do Conselho de Administração Instituto Caldeira. "A intenção é construirmos ambientes que aproximem a comunidade empresarial do Instituto Caldeira e façam com que as pessoas interajam dentro desta região da cidade."

A expansão agora vem para refletir, de certa forma, a demanda aquecida por espaços assim na cidade.

"O Instituto Caldeira nasceu em 2019 e abriu suas portas em 2021, e de lá para cá, percebemos um amadurecimento muito acelerado do nosso ecossistema", diz Pedro Valério, CEO do Instituto Caldeira, em entrevista à EXAME durante o South Summit Brazil 2024. "Quando abrimos o projeto, tínhamos pretenção de ocupar 22.000 metros quadrados em até 10 anos. E tívemos essa ocupação em menos de três anos".

Como será a nova estrutura do Instituto Caldeira

A ampliação do Instituto Caldeira, que o deixará com 55.000 metros quadrados, deverá ser feita em até sete anos, com as primeiras empresas ocupando o espaço próximo ao South Summit Brazil do ano que vem — ou seja, no primeiro trimestre de 2025.

O investimento projetado pelo hub virá de empresas e instituições vinculadas à própria comunidade Caldeira.

A nova estrutura deverá ter um uso diversificado, com espaço para mais startups e empreendedores dedicados à nova economia, mais posições de trabalho para uso compartilhado, e a presença de novas empresas de tecnologia, além de um projeto do Campus Caldeira com iniciativas de educação.

"Deixamos de ser um hub de inovação para agora um distrito de inovação", diz Valério. "Uma região urbana com duas quadras que somado à área do shopping que fica ao lado, tem gastronomia, entretenimento e cultura. Além disso, como temos sete anos para consolidar, também seremos exigentes na curadoria. Queremos ter as melhores startups".

Atualmente, mais de 480 companhias estão vinculadas à Comunidade Caldeira, com 130 empresas trabalhando em escritórios dentro do espaço físico do hub. Segundo Pedro Valério, Diretor Executivo do Instituto Caldeira, a intenção é, com a expansão, atender a uma demanda já existente, tanto de empresas que querem ampliar suas estruturas dentro do Instituto, quanto de novas organizações que querem passar a participar.

No primeiro ano, a expansão também focará numa ampliação de espaços para eventos. "Hoje o Instituto Caldeira tem três grandes áreas de evento, sendo a a maior delas para 150 pessoas", diz Valério. "Nesse novo complexo, já teremos neste primeiro ano, uma área para eventos de até 600 pessoas".

O que é o Instituto Caldeira

O Instituto Caldeira é um hub de inovação e fomento à nova economia, localizado no Quarto Distrito, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O Caldeira promove programas de aceleração para startups, eventos de networking e programas de inovação aberta. Atualmente, são cerca de 20 salas de reunião, 4 espaços de eventos e cerca de 120 posições de coworking para uso dos membros,

Saiba mais aqui: Como a articulação do PIB gaúcho criou um "verão das startups" nos pampas

*O jornalista viajou a Porto Alegre a convite da organização do South Summit Brazil 2024

Acompanhe tudo sobre:South Summit Brazil 2024Porto AlegreStartups

Mais de Negócios

Esta empresa fatura R$ 150 milhões combatendo a inflação médica no Brasil

Equity: a moeda da Nova Economia e o segredo do sucesso empresarial

A 'pandemia' de ansiedade movimenta este negócio milionário de chás e rituais para relaxar

O negócio dele resolve problemões na saúde e, de quebra, fatura milhões