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O momento certo de pivotar a startup, na visão de três unicórnios

Fabien Mendez (Loggi), Kristian Huber (Loft) e Federico Vega (Frete.com), compartilharam algumas lições de empreendedorismo no segundo dia do CEO Conference, evento do BTG Pactual

Fabien Mendez, CEO da Loggi, no CEO Conference: "Minha primeira empresa quebrou do dia para a noite" (BTG Pactual/Divulgação)
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Luciana Lima

Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 12h46.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2022 às 13h27.

Em comum, além de terem fundado empresas que hoje estão avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, os CEOs das startups Loggi, Loft e Frete.com, admitem que não tinham ideia das dificuldades que iriam enfrentar para empreender.

Além disso, também apontam que saber o momento certo para mudar a estratégia é essencial para o sucesso de suas startups.

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“Embora eu tenha estudado a indústria e conhecesse as dores dos caminhoneiros, me tornei empreendedor um pouco por ignorância. Se eu soubesse dos problemas que iria passar de antemão, talvez não teria criado a própria empresa”, disse Federico Vega, CEO e fundador da Frete.com,  no segundo dia do CEO Conference, evento do BTG Pactual, (do mesmo grupo que controla a EXAME ).

Fabien Mendez, CEO e Cofundador da Loggi, concorda. Porém, no caso do criador da startup de logística, ainda havia a sombra de um negócio malsucedido.

“Minha primeira empresa, aGoJames, era uma startup de corridas por aplicativos e quebrou do dia para a noite, com uma mudança de regulamentação”, afirmou o executivo.

Nesta manhã, Mendez e Vegas participaram do painel Unicórnios Brasileiros, ao lado docofundador da startup imobiliária Loft, Kristian Huber.

Momento de pivotar

A importância de saber o momento de evoluir o produto que tinham em mãos foi uma das lições dos empreendedores.

Mesmo após se tornarem unicórnios, em 2020, a Loft percebeu que não ganharia escala caso continuasse com o modelo de compra e vendas de imóveis. A saída, então, foi abrir a plataforma para anúncios de terceiros, apostando no modelo de marketplace.

“O modelo de compra e venda foi uma forma de entrar no mercado e criar um relacionamento com imobiliárias e clientes. Mas nós tínhamos uma ambição grande e sabíamos que os outros produtos que poderíamos criar eram mais exponenciais”, disse Huber.

 

Já para a Loggi, a mudança ocorreu em 2020, quando a startup criou um braço de atendimento para PMEs, deixando de atender apenas o consumidor final. “Quando lançamos a Loggi, a ideia sempre foi entregar de tudo para todos. Por isso, além de passarmos a atender empresas, uma grande mudança foi o processo de nacionalização", disseMendez.

“Para entregar lá no interior do Maranhão, precisávamos de uma baita estrutura, centros de triagem, delivery stations. Mas deu certo. Em 2016, nosso produto nacional respondia por 1% da receita e hoje ele já representa 94% do que faturamos”, completou.

Próximos passos

Os executivos também comentaram um pouco sobre onde esperam que as startups estejam nos próximos anos. Para Vegas, da Frete.com, a ideia é que, no futuro, existam caminhões 100% elétricos e autônomos.

“Ter um caminhão será como alugar um apartamento, não será mais necessário a figura do motorista. Do nosso lado, queremos nos tornar o Mercado Livre dos caminhões, conectando as duas partes e criando soluções financeiras para as duas partes da cadeia”, disse.

Já Mendez, da Loggi, aposta que o e-commerce brasileiro, que teve um salto de 50% no faturamento em 2020, deve continuar a crescer. “Nos últimos cinco anos, o comércio eletrônico saiu de 3% para 10% na participação de vendas no varejo. Queremos fazer com que ele chegue a 60%, algo que já aconteceu em outros países”, afirmou.

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