O experimento 'mais idiota da história', segundo Elon Musk
Para o magnata dos negócios verdes, as regras e os incentivos aos combustíveis fósseis trabalham por um futuro ruim
Vanessa Barbosa
Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 17h23.
São Paulo - Enquanto os líderes mundiais e políticos negociam o futuro do clima na COP21 , o magnata dos negócios verdes Elon Musk se reuniu com jovens da Universidade de Sorbonne para defender a taxação das emissões de carbono como forma de acelerar a transição dos combustíveis fósseis para energias renováveis.
O oposto disso, ou seja, não taxar atividades altamente emissoras do gás vilão do aquecimento global, é o 'experimento mais idiota da história'.
Musk, que é CEO da fabricante de carros elétricos Tesla Motors, dono da SpaceX, empresa americana de transporte espacial e co-fundador do Solar City disse que os governos do mundo precisam adotar uma mensagem clara sobre este tema e que o processo de taxação poderia ser dividido em etapas para as indústrias se adaptarem.
"O problema fundamental é que as regras de hoje incentivam as pessoas a gerar carbono e isso é uma loucura", disse aos estudantes.
Ele falou do ciclo de carbono na Terra e de como as atividades humanas baseadas na queima de petróleo, gás e carvão conseguiram desequilibrá-lo, intensificando o aquecimento global e as mudanças climáticas.
"O Planeta Terra é bem sensível e nós, basicamente, 'desenhamos' civilizações vulneráveis às mudanças climáticas", observou o empresário.
O magnata afirmou que "o fim da era dos combustíveis fósseis é inevitável" porque em algum momento nós simplesmente vamos ficar sem carbono para extrair ou queimar.
A dúvida que permanece, segundo Musk, é "quando vamos sair dela, e não 'se vamos sair' dela".
"O objetivo é que isso aconteca o mais rapidamente possível [...] para entrarmos numa era de energia mais sustentável. Queremos usar fontes que sejam boas e durem por bilhões de anos", acrescentou.
E se adiarmos a transição?
No melhor cenário, disse ele, se demorarmos a trocar as fontes fósseis por energias limpas e verdes, nós apenas vamos adiar o inevitável. Mas no pior cenário, "nós teremos mais deslocamentos e destruição do que todas as guerras combinadas na história".
"Hoje, apenas 3% dos cientistas acreditam no primeiro cenário, enquanto 97% acreditam no segundo", destacou.
O que atrasa essa transição segundo Musk é justamente a não taxação de carbono, que ele compara a "um subsídio escondido" em toda atividade com grande emissão.
"Isto é o que chamo de pior experimento da história da humanidade. Por que faríamos isso?", questiona o magnata.
Em um mercado saudável, disse Musk, os incentivos estão alinhados a um futuro bom. Mas no caso atual, segundo ele, os incentivos estão alinhados a um futuro ruim "em que atividades prejudiciais para a sociedade, recebem incentivos dos governos" e nenhuma taxação por seus efeitos negativos.
Musk destacou que a não taxação do carbono é uma forma de subsídio escondido que soma vultosos US$ 5,3 trilhões por ano, com base em dados do FMI.
Mas ninguém quer abrir mão disso tão facilmente. "As indústrias do setor estão lutando de todas as formas. E elas usam técnicas semelhantes àquelas que a indústria de cigarros já usou", compara.
"Apesar do consenso científico sobre os malefícios do cigarro à saúde, a indústria do tabaco encontrava alguns cientistas que discordavam do consenso, para poder dizer 'Olha, os cientistas discordam [dos efeitos do fumo à saúde]. E era basicamente assim que eles tentavam convencer as pessoas de que fumar não era tão ruim assim", disse.
Quer assistir na íntegra a palestra de Musk? Confira abaixo o vídeo em inglês.
https://youtube.com/watch?v=iavquu6PP9g
São Paulo - Enquanto os líderes mundiais e políticos negociam o futuro do clima na COP21 , o magnata dos negócios verdes Elon Musk se reuniu com jovens da Universidade de Sorbonne para defender a taxação das emissões de carbono como forma de acelerar a transição dos combustíveis fósseis para energias renováveis.
O oposto disso, ou seja, não taxar atividades altamente emissoras do gás vilão do aquecimento global, é o 'experimento mais idiota da história'.
Musk, que é CEO da fabricante de carros elétricos Tesla Motors, dono da SpaceX, empresa americana de transporte espacial e co-fundador do Solar City disse que os governos do mundo precisam adotar uma mensagem clara sobre este tema e que o processo de taxação poderia ser dividido em etapas para as indústrias se adaptarem.
"O problema fundamental é que as regras de hoje incentivam as pessoas a gerar carbono e isso é uma loucura", disse aos estudantes.
Ele falou do ciclo de carbono na Terra e de como as atividades humanas baseadas na queima de petróleo, gás e carvão conseguiram desequilibrá-lo, intensificando o aquecimento global e as mudanças climáticas.
"O Planeta Terra é bem sensível e nós, basicamente, 'desenhamos' civilizações vulneráveis às mudanças climáticas", observou o empresário.
O magnata afirmou que "o fim da era dos combustíveis fósseis é inevitável" porque em algum momento nós simplesmente vamos ficar sem carbono para extrair ou queimar.
A dúvida que permanece, segundo Musk, é "quando vamos sair dela, e não 'se vamos sair' dela".
"O objetivo é que isso aconteca o mais rapidamente possível [...] para entrarmos numa era de energia mais sustentável. Queremos usar fontes que sejam boas e durem por bilhões de anos", acrescentou.
E se adiarmos a transição?
No melhor cenário, disse ele, se demorarmos a trocar as fontes fósseis por energias limpas e verdes, nós apenas vamos adiar o inevitável. Mas no pior cenário, "nós teremos mais deslocamentos e destruição do que todas as guerras combinadas na história".
"Hoje, apenas 3% dos cientistas acreditam no primeiro cenário, enquanto 97% acreditam no segundo", destacou.
O que atrasa essa transição segundo Musk é justamente a não taxação de carbono, que ele compara a "um subsídio escondido" em toda atividade com grande emissão.
"Isto é o que chamo de pior experimento da história da humanidade. Por que faríamos isso?", questiona o magnata.
Em um mercado saudável, disse Musk, os incentivos estão alinhados a um futuro bom. Mas no caso atual, segundo ele, os incentivos estão alinhados a um futuro ruim "em que atividades prejudiciais para a sociedade, recebem incentivos dos governos" e nenhuma taxação por seus efeitos negativos.
Musk destacou que a não taxação do carbono é uma forma de subsídio escondido que soma vultosos US$ 5,3 trilhões por ano, com base em dados do FMI.
Mas ninguém quer abrir mão disso tão facilmente. "As indústrias do setor estão lutando de todas as formas. E elas usam técnicas semelhantes àquelas que a indústria de cigarros já usou", compara.
"Apesar do consenso científico sobre os malefícios do cigarro à saúde, a indústria do tabaco encontrava alguns cientistas que discordavam do consenso, para poder dizer 'Olha, os cientistas discordam [dos efeitos do fumo à saúde]. E era basicamente assim que eles tentavam convencer as pessoas de que fumar não era tão ruim assim", disse.
Quer assistir na íntegra a palestra de Musk? Confira abaixo o vídeo em inglês.