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BTG concluiu reestruturação das empresas de Eike, diz CEO

Segundo André Esteves, o banco de investimentos já não está mais aconselhando o ex-bilionário

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2014 às 13h39.

Davos - O Grupo BTG Pactual, o banco brasileiro de investimentos controlado por André Esteves, concluiu seu trabalho na reestruturação das empresas de Eike Batista.

O BTG, que em março assinou o que se chamou de acordo de cooperação estratégica com Eike Batista, já não está aconselhando o ex-bilionário, disse Esteves em uma entrevista em 24 de janeiro.

“As empresas que tinham que ser vendidas foram vendidas, nós fizemos o nosso trabalho”, disse o presidente e CEO do maior banco independente de investimentos da América Latina no Fórum Econômico Mundial em Davos.

“Agora é mais quem está fazendo a reestruturação que conversa com os fornecedores, não nós. Todas as fusões e aquisições foram feitas”.

André Esteves, 45, cuja fortuna estimada é de US$ 3,3 bilhões, em grande parte graças à sua participação no BTG, está em expansão no segmento de commodities enquanto outros bancos estão recuando.

Seu ex-cliente, Eike Batista, está buscando um acordo com credores em um processo de proteção contra falência da empresa de petróleo que o tornou o homem mais rico do Brasil.

Conforme o acordo assinado em março, o BTG ajudou as empresas de Eike Batista, como a OGX e a empresa de energia MPX Energia SA, a venderem ativos. Essa disposição foi reduzida, e em agosto Eike Batista contratou a consultoria e companhia de private-equity Angra Partners para supervisionar uma reorganização do seu grupo de commodities em apuros.


O BTG, o único banco de investimento de capital aberto no Brasil, planeja adicionar 80 banqueiros ao seu negócio de commodities enquanto trabalha para se tornar um participante importante no mercado no ano que vem, disse Esteves.

A empresa com sede em São Paulo planeja ter cerca de 200 banqueiros dedicados às commodities, mais do que os 120 de agora, e a divisão inteira terá 400 pessoas, disse ele.

’Grande agente’

“O setor de commodities no Brasil é um setor muito mais importante para nós do que para outras economias”, disse Esteves. “Até 2015, vamos ser um grande player, mas não temos a ambição de ser o maior do mundo”.

No ano passado, os dez maiores bancos do mundo reduziram suas unidades de commodities porque a receita diminuiu e os reguladores expressaram sua preocupação de que o negócio pudesse causar prejuízo.

O número de funcionários caiu para seu patamar mais baixo desde pelo menos 2009, segundo a empresa de análise Coalition Ltd. O JPMorgan Chase Co. está tentando de vender sua unidade de commodities físicas, e o Deutsche Bank AG anunciou reduções de pessoal.

O BTG abriu escritórios de commodities em Genebra, em Houston e em Cingapura, disse Esteves, acrescentando que a unidade também possui escritórios de representação com duas ou três pessoas cada um na Argentina, na Ucrânia, na Itália e na África do Sul.

Em novembro, a companhia apresentou uma solicitação para operar um depósito na área de Detroit porque é uma localização mais barata, disse ele.

O BTG não participou da licitação do negócio de commodities do JPMorgan porque o banco com sede em Nova York está concentrado no mercado de energia dos EUA, disse Esteves.

“Essa não é nossa meta central para commodities”, disse ele.

As ações do BTG caíram 0,4 por cento, para R$ 25,10, em São Paulo em 24 de janeiro.

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