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Número de milionários no Brasil cresce 19% em 2007

Forte alta da bolsa de valores, recorde de IPOs e economia estável projetam o país no clube dos super-ricos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O Brasil encerrou 2007 com maior peso no clube internacional dos milionários. De acordo com o 12º Relatório Anual sobre a Riqueza Mundial, produzido pelo banco de investimentos Merrill Lynch e pela Capgemini, o número de super-ricos brasileiros (ou pessoas de grande fortuna - PGN -, na denominação do banco) cresceu 19,1% no ano passado, de 120.000 para 143.000. Isso significa que o país criou, no ano passado, uma média de 63 novos milionários por dia. O relatório analisou 71 países. O Brasil apresentou a terceira maior taxa de crescimento de riqueza, atrás apenas da Índia (22,7%) e China (20,3%). Em quantidade de super-ricos, porém, a China ultrapassa de longe o Brasil, com 415.000 pessoas. Os Estados Unidos são o país que concentra o maior número de abonados - 3,028 milhões de pessoas. Mas, em 2007, o clube americano cresceu apenas 3,7%.

De acordo com o Merrill Lynch, vários fatores explicam a expansão da riqueza no Brasil no ano passado. O primeiro foi o número recorde de aberturas de capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que alçou os controladores das companhias estreantes ao clube dos milionários - ou, até mesmo, à condição de bilionários. Foram realizados 64 IPOs em 2007, contra 26 no ano anterior. O mercado de capitais também favoreceu a geração de riquezas por um outro motivo - a forte valorização da bolsa. No ano passado, o Ibovespa, principal indicador do pregão brasileiro, acumulou uma alta superior a 40%, catapultando os ganhos de outra fatia de milionários.

O bom momento para os investimentos também atraiu capital para outras áreas, como a produção agrícola e a construção civil. Esses dois setores forneceram parte dos novos milionários do país, de acordo com o Merrill Lynch. Outro motivo foi a apreciação do real frente ao dólar, o que valorizou as fortunas brasileiras no momento da conversão. A manutenção de uma política de juros altos também favoreceu as aplicações financeiras. O último motivo foi o desemprego em queda.

O tamanho do clube

O desempenho brasileiro ficou acima da média mundial. De acordo com o Merrill Lynch, o planeta encerrou 2007 com 10,1 milhões de "pessoas de grande fortuna (PGN)". O número é 6% superior ao de 2006. O patrimônio do grupo avançou 9,4%, para 40,7 trilhões de dólares. Isso significa uma fortuna média de aproximadamente 4 milhões de dólares por milionário (ou cerca de 6,5 milhões de reais).

O incremento do patrimônio dos super-ricos foi maior que a média da economia mundial, que cresceu 5,1% no ano passado, ligeiramente menos que os 5,3% de 2006.

Se você ainda não faz parte do clube, ainda há esperança. O Merrill Lynch estima que, até 2012, a fortuna dos super-ricos crescerá a um ritmo anual de 7,7%, até atingir 59,1 trilhões de dólares.

Metodologia

Para estimar o número de milionários no mundo, a Merrill Lynch e a Capgemini realizaram um trabalho em duas etapas. Na primeira, estimaram a riqueza total de cada país. Na segunda, dividiram esse valor pela população adulta, usando ponderações estatísticas baseadas em diversas fontes, como dados do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, que assinalaram a curva de distribuição de riqueza de cada país.

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