Novo CEO do BB sinaliza corte no subsídio do crédito rural
Rubens Novaes descartou vender o que chamou de "joias da coroa", ativos mais importantes da instituição
Reuters
Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 18h09.
Última atualização em 9 de janeiro de 2019 às 15h06.
BRASÍLIA - O novo presidente-executivo do Banco do Brasil, Rubem Novaes , afirmou nesta segunda-feira planos do novo governo de reduzir subsídios para o crédito rural, passando a usar em vez disso mais seguros agrícolas.
"Você tem uma posição hoje do Banco Central e da Fazenda de que você deve dar menos apoio ao juro, menos subsídio ao juros, e dar mais apoio ao seguro agrícola", disse.
"Essa é uma tendência nova, que eu diria que talvez venha de cima pra baixo aqui pro banco... Agora, que há essa intenção dentro do governo, eu posso afirmar que há. Trabalhar mais com seguro e menos com subsídio", completou.
Mais cedo, durante a cerimônia de posse de Novaes, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, adiantou que haverá novidades sobre crédito na próxima semana, mas a prioridade de sua pasta vão ser justamente os seguros.
Joias da coroa
Novaes rejeitou intenção de vender ativos que considere críticos para as atividades principais do BB, chamadas por ele de joias da coroa.
"Tem a parte toda de administração de fundos, a de meios de pagamento, de seguridade, crédito para pessoa física e pequenas e médias empresas, indiscutivelmente as áreas mais rentáveis do banco", enumerou.
O executivo rejeitou no entanto planos para se desfazer de ativos mais importantes.
"Alguns analistas afirmam que a nova administração pretende vender as joias da coroa do banco, deixando-o fragilizadoperante a concorrência. Nada mais falso", disse Novaes.
Contudo, para áreas que tenham menos importância para a estatal, o desinvestimento não está descartado. O BB tem, por exemplo, participação em empresas não financeiras, como a fabricante de implementos agrícolas Kepler Weber e na empresa de energia elétrica Neoenergia.
"Entendemos que alguns ativos do banco não guardam sinergia com suas atividades principais; nestes casos, realmente consideraremos os desivestimentos", explicou.
Nas mais lucrativas, o objetivo será abertura de capital e busca de parcerias, disse ele a jornalistas.
Novaes adiantou ainda que haverá mudanças na estrutura do banco, com alguns vice-presidentes se mantendo nos quadros do banco, porém com algumas trocas de cadeiras. Disse também que ainda não há decisão sobre um possível plano de demissão voluntária (PDV).
"É óbvio que redução de custo, enxugamento de despesa é sempre o objetivo de qualquer gestor. Desde que isso não prejudique o funcionamento do banco", afirmou.