Novo CEO, disputa com PagSeguro, peso da greve: as dúvidas da Cielo
A empresa, controlada pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco, registrou lucro de 1,007 bilhão no primeiro trimestre, 0,5% maior que um ano antes
EXAME Hoje
Publicado em 30 de julho de 2018 às 06h40.
Última atualização em 30 de julho de 2018 às 08h53.
Uma das tradicionais campeãs da bolsa brasileira, a operadora de pagamentos Cielo terá muitas perguntas a responder em sua divulgação de resultados trimestral, agendada para depois do fechamento do mercado desta segunda-feira. A conferência com analistas e investidores está agendada para as 13h de amanhã.
A empresa, controlada pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco, registrou lucro de 1,007 bilhão no primeiro trimestre, 0,5% maior que um ano antes. A receita operacional líquida totalizou 2,785 bilhões de reais no primeiro trimestre, queda de 0,6% em 12 meses. Em um ano, a retração foi de 8,3%, num número que, segundo a empresa, foi impactado por mudanças no ISS.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seçãoÀs Setee comece o dia bem informado:
- Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo
- Haddad se reúne com Fazenda e BC para plano anti-spread
- Bolsonaro se reúne com Janaina e participa do Roda Viva
- Recomeço? Zimbábue vai às urnas na primeira eleição sem Mugabe
A previsão para a partir do segundo trimestre era começar a apresentar números melhores, mas o balanço deve sofrer forte impacto da greve dos caminhoneiros, que derrubou o consumo no país. Segundo previsões da XP investimentos a Cielo deve anunciar faturamento de 2,86 bilhões de reais, 1% a mais do que 12 meses antes, mas um Ebitda (lucro antes de impostos e amortizações) de 1,75 bilhões de reais, uma queda de 5,3% em relação ao mesmo período de 2017.
Fora a greve, os desafios da Cielo continuam os mesmos dos trimestres anteriores. Líder absoluta no mercado de pagamentos, a companhia sofre crescente pressão de concorrentes como a PagSeguro . Sua participação de mercado caiu de 54% para 51%, enquanto a margem Ebitda, que ficava em 50% até pouco tempo, caiu para 45% em 2017. Para recuperar terreno, a emperesa comprou a Stelo, focada em pequenos varejistas, o principal mercado da PagSeguro.
A situação ficou ainda mais difícil com a inesperada renúncia de seu presidente, Eduardo Gouveia, em julho, depois de ficar 1,5 ano no cargo. A companhia está em busca de um novo nome para o cargo. A saída de Gouveia fez as ações da empresa caírem 7% em apenas um dia, e nunca mais se recuperarem. Em um ano, as ações da Cielo acumulam queda de 37%.