Loja da Nike: com nova e-commerce da Nike, a Nova Pontocom ganha exposição no mercado de itens esportivos (Konrad Fiedler/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2013 às 21h39.
São Paulo - A Nova Pontocom, empresa de comércio eletrônico do Grupo Pão de Açúcar, vai operar a tecnologia e a logística das vendas online da Nike no Brasil. Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente da Nova Pontocom, Germán Quiroga, anunciou que a companhia inaugurou as vendas para os consumidores por meio do endereço http://www.nike.com.br.
A multinacional de artigos esportivos se tornou a maior cliente da Nova Pontocom na unidade de negócios e-Hub, que presta consultoria a segmentos de indústria, varejo e serviços. A unidade tem cerca de outros 30 contratos com empresas como a Amazon (para venda do Kindle no Brasil) ou a MAC, de cosméticos.
Quiroga não revela o quão significativas podem ser, para a Nova Pontocom, as receitas da venda de itens da Nike, mas destacou que é um negócio relevante. "Vai nos ajudar a continuar ganhando participação de mercado, ainda que o faturamento seja apenas o correspondente a uma parte do serviço que estamos prestando."
Para dar conta do processo logístico, a Nova Pontocom está destinando um centro de distribuição para os itens da Nike. "Recentemente nós concentramos nossas atividades em um único centro de distribuição e liberamos três", lembra Quiroga. Os produtos Nike ficarão num antigo espaço que a Nova Pontocom utilizava em Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo, próximo ao local que a companhia ocupa hoje.
Quiroga afirma que a companhia ainda pretende firmar novos contratos como o da Nike. "Há espaço neste centro de distribuição para outras operações." Ele destaca que o modelo de negócios de prestação de serviços para outras empresas pode ganhar relevância na empresa.
Com o movimento, a Nova Pontocom ganha exposição no mercado de itens esportivos, que tem no comércio eletrônico a Netshoes como sua principal representante. De acordo com o executivo, o modelo do negócio com a Nike é uma alternativa para a entrada em um novo mercado, sem que seja necessária uma grande despesa com novas marcas.
"No comércio eletrônico, as principais companhias de vestuário e calçados têm o desafio de construir uma nova marca e isso demanda muito capital e consome o lucro", pondera. "Temos conseguido ao longo da nossa história ter um resultado sempre positivo na última linha do balanço e com crescimento", diz. "Isso se explica porque estamos ancorados em marcas muito fortes e nossa despesa de marketing é muito eficaz."
Concorrência
Segundo os dados de desempenho de vendas, divulgados na última semana pelo Grupo Pão de Açúcar, a receita líquida da Nova Pontocom atingiu R$ 1,075 bilhão no terceiro trimestre deste ano, 40,7% acima do terceiro trimestre de 2012. A companhia atribuiu o resultado ao ganho de participação de mercado e "maior competitividade de preços".
Quiroga afirma que a companhia vê uma forte competição por preços no comércio eletrônico brasileiro, mas destaca que enxergava esse cenário há alguns trimestres. De acordo com ele, movimentos de ganho de eficiência permitiram que a empresa reduzisse preços sem comprometer a rentabilidade. "É mais do que reduzir preço, a gente já vinha se preparando com muitos movimentos estratégicos para reduzir custos", disse. "Repensamos processos, automatizamos e reduzimos a estrutura de comando", completou. "Nosso objetivo nunca foi crescer a qualquer custo, mas crescer sem estar com a saúde da empresa comprometida."
Para este final de ano, Quiroga afirma que as perspectivas para as vendas ainda são bastante positivas. Ele destaca o crescimento de vendas de smartphones e tablets como uma das alavancas. "Ainda tem uma oportunidade grande de vendas nesses itens."
Abertura de capital
Na entrevista, Quiroga falou ainda sobre a possibilidade de uma abertura de capital da Nova Pontocom. O tema vem sendo discutido há anos, mas ele afirma que ainda não há definições. "Continua valendo aquilo que colocamos quando fundamos a Nova Pontocom há três anos: temos o desafio de estarmos preparados para um IPO, sem dívidas e gerando caixa", comentou. "É uma questão de os controladores escolherem", acrescentou.