São Paulo - A Sete Brasil, que tem entre seus acionistas a Petrobras e nasceu em 2010 para atender o pré-sal, enfrenta um momento difícil.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, desta quinta-feira, a companhia perdeu recentemente dois sócios e precisa de 2,3 bilhões de reais para quitar dívidas que vencem até fevereiro de 2015.
O blog Primeiro Lugar, de EXAME, já havia divulgado, em setembro, que os bancos Bradesco, BTG Pactual, Santander — acionistas da companhia — e Goldman Sachs se preparavam para captar 1 bilhão de reais com grandes investidores.
A Petroserv e a OAS/Etesco teriam saído do negócio, de acordo com o jornal. As duas companhias tinham participação em cinco sondas e a Sete Brasil procura, agora, interessados na operação.
A situação da companhia, segundo a Folha, é dramática e os escândalos recentes envolvendo a Petrobras têm pesado contra ela.
Auditoria interna
Em recente comunicado ao mercado, a Sete Brasil afirmou que existe um processo de auditoria e investigação sobre os documentos e contratos relacionados ao projeto das sondas, firmados desde a criação da companhia.
“Tal medida tem como finalidade apurar quaisquer irregularidades supostamente ocorridas, visando não somente dar transparência aos processos da empresa, como também dar segurança a todos os investidores, financiadores e demais stakeholders desse enorme e desafiador projeto”, disse em nota.
A Sete Brasil tem projetos de construção de 29 plataformas flutuantes de perfuração para exploração de petróleo e gás em águas ultra profundas, que estão sendo construídas em cinco diferentes estaleiros no país.
A empresa, de capital privado, tem como investidores grandes instituições nacionais e estrangeiras, incluindo BTG, Bradesco, Santander, EIG, Petros, Funcef, Previ, Valia e Petrobras.
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1. 2014 problemático
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1/11 (Galdieri/Bloomberg)
São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a
Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das
ações despencando e produção de
petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
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2. Investigação sobre propina
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2/11 (Sérgio Moraes/Reuters)
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3. Endividamento bilionário
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3/11 (REUTERS/Nacho Doce)
A captação de 8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo,
a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.
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4. Queda da produção
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4/11 (Pedro Lobo/Bloomberg News)
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5. Multa bilionária
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5/11 (REUTERS/Sergio Moraes)
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6. Ações despencaram
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6/11 (Alexandre Battibugli/EXAME)
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7. Valor de mercado menor
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7/11 (Dado Galdieri/Bloomberg)
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8. Preço do dólar divergente
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8/11 (Bruno Domingos/Reuters)
Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
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9. Preço do combustível
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9/11 (Divulgação/Petrobras)
A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico reajuste no preço do combustível.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.
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10. Independência do governo
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10/11 (Francois Lenoir/Reuters)
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11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país
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11/11 (AGÊNCIA BRASIL)