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Negociação entre Cielo e BB depende de aprovação do Cade

Para assumir a gestão da área de cartões, a Cielo deve desembolsar, conforme fontes, perto de R$ 9 bilhões


	Cielo: companhia deverá desembolsar cerca de R$ 9 bilhões para assumir a área de cartões do Banco do Brasil
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Cielo: companhia deverá desembolsar cerca de R$ 9 bilhões para assumir a área de cartões do Banco do Brasil (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2014 às 09h34.

São Paulo - A negociação da Cielo com o Banco do Brasil quanto à gestão da área de cartões da instituição pública depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

As negociações, antecipadas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, no último sábado, 15, ainda não foram concluídas, segundo fato relevante publicado por ambas as empresas nesta segunda-feira, 17.

A sanção do Cade, segundo comunicado da Cielo, segue a política de transações com partes relacionadas da companhia.

Os conselheiros da adquirente indicados pelo BB, porém, ficarão fora das discussões. Isso porque, conforme item da política de transações com partes relacionadas da companhia, "os administradores em posição de conflito deverão se ausentar das discussões sobre o tema e se abster de votar em deliberação sobre a matéria".

Para assumir a gestão da área de cartões, a Cielo deve desembolsar, conforme fontes, perto de R$ 9 bilhões.

O movimento, segundo apurou o Broadcast, faz sentido, pois engordaria o caixa do banco público, aumentando suas receitas, lucro e, consequentemente, os dividendos a serem pagos em 2014.

Ao distribuir mais recursos para seus acionistas, o BB beneficia, preferencialmente, o governo, seu controlador, a entregar um melhor superávit primário neste ano.

No entanto, para que o negócio entre Cielo e BB tenha tal efeito, o Cade precisaria aprová-lo ainda este ano. Segundo as novas regras do Conselho, fusões ou aquisições devem ser analisadas no prazo máximo de 240 dias, prorrogáveis por mais 90 dias.

Em fato relevante assinado por Clovis Poggetti Junior, vice-presidente Executivo de Finanças e Diretor de Relações com Investidores da Cielo, a companhia destaca que as negociações com o BB estão em linha com o planejamento estratégico da companhia de buscar criação de valor para o acionista por meio do crescimento, da diversificação de receita em negócios relacionados a pagamentos eletrônicos e de maior eficiência operacional.

Já o BB informa, conforme documento assinado por Ivan de Souza Monteiro, vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do banco, que a instituição estuda oportunidades e alternativas para o crescimento dos seus negócios de meios eletrônicos de pagamentos bem como o incremento de sua eficiência.

As despesas operacionais do segmento de cartões ultrapassaram os R$ 2 bilhões de janeiro a setembro.

Os possíveis R$ 9 bilhões a serem pagos pela Cielo, segundo duas fontes, é um valor razoável considerando o tamanho da estrutura de cartões do Banco do Brasil.

No ano passado, o Itaú Unibanco anunciou a compra da Credicard, do Citibank, por aproximadamente R$ 2,8 bilhões.

A área de cartões do BB, que administra e emite cartões de crédito, débito e vale-refeição/alimentação, atingiu 82,2 milhões de plásticos em setembro.

O faturamento total foi a R$ 172,5 bilhões no acumulado deste ano até setembro, montante 17,9% maior ante igual intervalo de 2013. O lucro líquido no período da área de cartões do BB foi de R$ 677 milhões, alta de quase 70% na mesma base de comparação.

Em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras do terceiro trimestre, o BB destaca que a "busca de sinergias e ampliação de negócios em parceria com as empresas coligadas complementam os alicerces da estratégia" em cartões, deixando a possibilidade de acordos em aberto.

Uma fonte ainda levanta a hipótese de o BB abrir o capital da área de cartões seguindo o mesmo movimento que fez com seguros que resultou na criação da BB Seguridade.

Durante conversa com a imprensa, há dez dias, Monteiro reafirmou que o IPO da área de cartões não estava nos planos do banco.

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