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Natura tem queda no lucro, mas aumenta vendas no Brasil

Apesar do lucro menor, companhia viu o ritmo de vendas acelerar no Brasil após elevar os investimentos em marketing


	Laboratório de inovação da Natura: companhia de cosméticos teve recuo de 22,6 por cento no lucro líquido
 (Divulgação)

Laboratório de inovação da Natura: companhia de cosméticos teve recuo de 22,6 por cento no lucro líquido (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 06h23.

São Paulo - A Natura teve lucro menor que o esperado no terceiro trimestre, pressionada por um ajuste não contábil relacionado à sua dívida, mas viu o ritmo de vendas acelerar no Brasil após elevar os investimentos em marketing.

Entre julho e setembro, a companhia de cosméticos teve recuo de 22,6 por cento no lucro líquido ante igual etapa do ano passado, para 183,7 milhões de reais, afetada pela marcação a mercado de derivativos atrelados à dívida em moeda estrangeira.

Excluído o impacto, que não tem efeito caixa, o lucro líquido teria subido 4,5 por cento, disse a companhia, situação em que a cifra superaria a estimativa média de 227,1 milhões de reais apontada por analistas em pesquisa da Reuters.

No trimestre, a receita líquida da empresa cresceu 12 por cento sobre o mesmo período do ano passado, para 1,777 bilhão de reais.

Responsáveis pela maior parte do resultado da companhia, as vendas no Brasil subiram 5,4 por cento, para 1,46 bilhão de reais. O ritmo de crescimento ficou acima do primeiro semestre, quando houve um tímido aumento de 1,6 por cento na receita líquida obtida no país.

A melhora se deu após a intensificação de investimentos em marketing, com a receita incremental da nova linha SOU e com a estratégia de ciclo de vendas do Dia dos Pais, disse a Natura.

A administração está "confiante" que essas ações vão elevar a participação de mercado da empresa, ressalvando não dispor de dados mais recentes, disse o vice-presidente de Finanças, Relações com Investidores e Jurídico da companhia, Roberto Pedote, em conferência com jornalistas nesta quarta-feira.


No primeiro semestre, a Natura perdeu 1,8 ponto percentual de participação de mercado, período em que o mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos cresceu cerca de 10 por cento.

Se por um lado, as despesas com marketing e promoções ajudaram a companhia a aumentar as vendas no país, por outro, elas fizeram o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subir 0,5 por cento no Brasil, em ritmo inferior ao da receita no Brasil.

Lucratividade em Xeque

No resultado consolidado, o Ebitda cresceu 3,5 por cento no trimestre, para 398,3 milhões de reais, puxado principalmente pela diluição dos custos fixos nas operações internacionais. Mesmo assim, o resultado ficou abaixo de estimativa média de analistas de 411,3 milhões de reais.

A margem Ebitda registrou queda de 1,9 ponto percentual sobre um ano antes, para 22,4 por cento, num recuo atribuído por Pedote "à maior concentração de investimentos de marketing, pelo próprio lançamento da linha SOU".

Mesmo assim, o executivo afirmou que a empresa mantém a expectativa de uma margem Ebitda em 2013 similar à do ano passado, e que o resultado do terceiro trimestre "não altera a expectativa de lucratividade anual". No acumulado do ano, a margem Ebitda caiu 1,4 ponto percentual, para 22,1 por cento.

A companhia também revisou para cima a projeção de investimentos neste ano para 550 milhões de reais, diante de uma estimativa anterior de 450 milhões de reais.

O aumento ocorreu em função de antecipação de investimentos em projetos como os de tecnologia da informação e adoção de novos meios de pagamento, informou a Natura.

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