São Paulo - O Netflix conquista cada vez mais clientes, mas, por outro lado, tem lucros tímidos por conta dos altos gastos com a produção conteúdo próprio e dos planos de se expandir internacionalmente.
É isso o que mostra o balanço dos resultados da empresa no segundo trimestre.
De abril a junho deste ano, o serviço de streaming conseguiu 3,3 milhões de novas assinaturas, quantidade quase duas vezes maior do que a alcançada no mesmo período de 2014, de 1,7 milhão.
Desse total, 900.000 vieram dos Estados Unidos e 2,4 milhões de outros países. Austrália e Nova Zelândia, onde a companhia se lançou no final de março, originaram um quarto dos novos consumidores.
O crescimento da rede surpreendeu até mesmo o próprio Netflix, que esperava um acréscimo de 2,5 milhões de assinantes para o trimestre. O feito foi creditado aos investimentos em programas produzidos por conta própria.
Só no segundo trimestre estrearam as séries Dragons: Race do the Edge, Marvel's Daredevil, Sense8 e Frankie, além da terceira temporada de Orange is the New Black. Foi a maior reunião de lançamentos exclusivos até agora.
Mas, ao mesmo tempo em que os conteúdos originais atraem o interesse dos consumidores, eles custam caro para o Netflix – e fazem seus ganhos reais encolherem.
Seu lucro líquido despencou de 71 milhões de dólares no segundo trimestre de 2014 para 26 milhões de dólares no mesmo período deste ano, uma queda de 63%. Apesar disso, o resultado foi um pouco melhor do que o registrado entre janeiro e março de 2015, de 24 milhões de dólares.
Já o fluxo de caixa fechou negativo em 229 milhões de dólares, número pior do que o apresentado no primeiro trimestre, de 163 milhões de dólares negativos.
"Nosso investimento em originais demanda capital intensivo", explicou o Netflix, em nota.
E o mercado já absorveu esse movimento. “Ela (Netflix) deixou de ser uma empresa avaliada por quanto lucra para ser uma empresa avaliada por quanto gasta”, disse David Einhorn, gestor de fundos da Greenlight Capital, depois que as ações da companhia subiram com a divulgação dos resultados.
Planos
Para o futuro, o Netflix diz que continuará investindo nas séries e filmes exclusivos e na sua internacionalização. Lucros significativos só estão previstos a partir de 2017.
Nos próximos três meses, o serviço de streaming começa a operar no Japão. No último trimestre de 2015, chega a Portugal, Espanha e Itália. A expansão deve continuar até 2016, com o mercado chinês entre os planos.
O primeiro filme de produção própria será lançado em outubro e um longa com Brad Pitt está previsto para chegar ao cinema e aos assinantes no ano que vem. Este último foi o maior investimento já feito pela empresa no ramo cinematográfico, de 30 milhões de dólares.
Já a série Narcos, estrelada pelo brasileiro Wagner Moura, estreia no dia 28 de agosto.
O Netflix tem hoje 65 milhões de clientes, 42 milhões só nos Estados Unidos.
-
1. Netflix
zoom_out_map
1/14 (Pascal Le Segretain/Getty Images)
São Paulo – O Netflix é um grande sucesso no Brasil. Mas você sabia que na Itália e na Espanha não? Isso porque ele ainda não está disponível nesses dois países. Você pode conhecer a biblioteca do serviço de streaming de cabo a rabo, mas talvez não conheça algumas curiosidades sobre o Netflix. Listamos algumas das mais interessantes a seguir. Veja 13 curiosidades sobre o Netflix que você (provavelmente) não sabia.
-
2. Compulsivos
zoom_out_map
2/14 (Getty Images)
O termo “binge watching” se refere ao ato de assistir dois ou mais episódios de uma série de uma vez só. Uma
pesquisa mostrou que cerca de 60% dos espectadores do Netflix têm o costume de assistir a diversos episódios de um programa, ao menos, duas vezes por mês. A facilidade de acesso a diversos episódios de uma só vez colabora com esse hábito.
-
3. Campeão de audiência
zoom_out_map
3/14 (Divulgação)
O campeão de audiência no Netflix é o seriado
Breaking Bad. A história do professor de química Walter White, que descobre ter câncer e vira um traficante de metanfetamina, tem todas as cinco temporadas disponíveis no serviço de streaming.
-
4. Escolhendo a equipe
zoom_out_map
4/14 (Jemal Countess/Getty Images)
Depois de comprar os direitos para produzir House of Cards, o Netflix procurou o diretor David Fincher e o ator Kevin Spacey para a série. A base para a escolha foi com dados do próprio Netflix. Filmes envolvendo os dois eram extremamente populares por lá.
-
5. Muitos dados
zoom_out_map
5/14 (Michael Bocchieri/AFP)
O Netflix é o maior responsável por
transferência de dados em alguns países. A depender do momento do dia a parcela do Netflix é mais ou menos importante. Os piores horários são entre as 19h e as 21h, que é quando tem mais gente assistindo. Por conta disso, durante esses horários ele tem um pouco mais de instabilidade também. Isso afeta um pouco a qualidade do vídeo recebido pelos usuários do serviço.
-
6. Produções próprias
zoom_out_map
6/14 (Divulgação/Netflix)
Em fevereiro de 2015 o Netflix já havia produzido mais de 70
conteúdos originais. Entre eles estão séries (como
House of Cards ou
Orange is the New Black) e documentários (como
The Square e
Virunga). A empresa trabalha em mais conteúdos originais. Ela fechou uma
parceria com o ator Brad Pitt recentemente para a realização de um filme.
-
7. Tempo médio
zoom_out_map
7/14 (Thinkstock)
O
tempo médio de streaming para o usuário do Netflix é de 90 minutos por dia.
-
8. Premiado
zoom_out_map
8/14 (Getty Images)
Por conta de seus conteúdos originais, o Netflix recebeu prêmios. Ele foi o primeiro serviço online a ganhar um Globo de Ouro – em 2014 a atriz Robin Wright venceu a categoria de melhor atriz em drama para televisão. Em 2013, o documentário The Square, uma produção egipto-americana, foi indicada ao Oscar de melhor documentário, mas não venceu.
-
9. Ao redor do mundo
zoom_out_map
9/14 (NASA/Wikicommons)
O Netflix já está disponível em mais de 50 países. O serviço ficou disponível no Brasil no segundo semestre de 2011. Ainda neste ano, a empresa pretende entrar em alguns países importantes como Espanha, Itália e Portugal. A empresa espera estar presente em 200 países até o final de 2016. A previsão é bastante otimista, diga-se de passagem.
-
10. De olho na pirataria
zoom_out_map
10/14 (Getty Images)
A empresa tem um método diferente para analisar shows de televisão. Uma das formas do Netflix analisar se um série tem potencial dentro de sua plataforma é ver a taxa de downloads ilegais em redes como o
Torrent. Um exemplo é que a empresa comprou os direitos de transmissão da série
Prison Break, na Holanda, após ver que ela era bastante pirateada na internet.
-
11. Categorias
zoom_out_map
11/14 (Getty Images)
O conteúdo é separado em grupos pouco ortodoxos no Netflix. Uma análise do serviço no início de 2014 mostrou que eram 76.897 categorias diferentes – agora, provavelmente, são ainda mais. Algumas das
categorias são: “bigodes legais”, “filmes com um surto épico de Nicolas Cage” e “filmes que são em inglês mas ainda exigem legendas”.
-
12. Trabalho dos sonhos
zoom_out_map
12/14 (iStock)
O Netflix tem uma vaga para os apaixonados por filmes e séries:
o tagger. O trabalho consiste em assistir a conteúdo da plataforma de streaming e escolher entre mil palavras chaves os termos que se encaixam com a obra. O trabalho do tagger é usado para aperfeiçoar o algoritmo de recomendações do Netflix. A empresa abriu uma vaga de
tagger no Brasil recentemente e chamou bastante atenção.
-
13. Mais visto do que TV
zoom_out_map
13/14 (Mike Blake/Reuters)
Uma
previsão recente de analistas de Wall Street diz que em 2016 o Netflix poderá ser o “canal” mais visto dos Estados Unidos. A comparação foi feita usando numero do Netflix e da Nielsen. Com a tendência de crescimento do serviço de streaming, no próximo ano ele já teria mais audiência em um período de 24 horas do que grandes emissoras como Fox, ABC e CBS.
-
14. Agora veja o que você pode fazer com uma TV com Android
zoom_out_map
14/14 (Divulgação)