No BB, funcionários trans podem usar nome social no crachá
Empresa diz que respeita individualidades e "reconhece a riqueza da diversidade na construção de um ambiente de trabalho igualitário"
Luísa Melo
Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 18h31.
Última atualização em 31 de janeiro de 2017 às 18h41.
São Paulo - O Banco do Brasi l incluiu em sua política a garantia de que os funcionários transexuais , transgêneros e travestis possam usar seus nomes sociais em crachás, cartões de visitas, carimbos e no e-mail corporativo.
É o primeiro entre os grandes bancos do país a normatizar o direito.
"O BB entende que aceitar a utilização do nome social sinaliza seu respeito pelas individualidades e reconhece a riqueza da diversidade na construção de um ambiente de trabalho igualitário", diz em nota José Caetano Minchillo, diretor de gestão de pessoas da companhia.
Luiza Lemos, que trabalha no caixa de uma agência do banco em Paraty, no Rio de Janeiro, passou por transição de gênero em setembro do ano passado e diz que poder usar seu nome social no trabalho a ajuda a legitimar sua identidade.
"Como transexual, ainda passo por muitas atitudes de questionamento do gênero com o qual me identifico", conta, também em nota.
Clientes
Os clientes do BB também têm a opção de ser tratados pelo nome social em toda a comunicação com o banco, exceto em contratos, por exigências legais. Para isso, é necessário fazer o pedido em uma agência.
Desde abril do ano passado, o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de travestis e transexuais é obrigatório em órgãos e fundações públicos federais diretamente ligados ao executivo, segundo o Decreto n º 8.727, assinado pela então presidente Dilma Rousseff.
O Banco do Brasil, porém, por estar sob administração pública indireta, não foi incluído na decisão.