Ninguém é louco de acabar com Minha Casa Minha Vida, diz executivo da MRV
Na sua avaliação, há um excesso de preocupação do mercado sobre os riscos de mudanças no programa Minha Casa Minha Vida
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 14h52.
São Paulo - O copresidente da MRV Engenharia , Rafael Menin, encerrou a apresentação sobre os resultados da companhia mandando um recado "na lata" para o público presente, formado principalmente por investidores e analistas. De acordo com o executivo, as ações da companhia estão precificadas a um valor abaixo do valor justo.
"Estamos extremamente incomodados com a nossa ação a R$ 12 e os menores múltiplos do setor", afirmou Menin.
Na sua avaliação, há um excesso de preocupação do mercado sobre os riscos de mudanças no programa Minha Casa Minha Vida - foco da atuação da incorporadora - e da disponibilidade de recursos do FGTS, que compõe a principal fonte de financiamento para a construção e a compra de moradias populares.
"O mercado está nos precificando como se tudo de errado acontecesse. Não tem um centavo da ação que reflita a continuidade do mercado como hoje está", protestou o executivo.
Menin argumentou que "ninguém é louco" de acabar com o Minha Casa Minha Vida, um programa considerado "exitoso", que irá completar dez anos, tem abrangência nacional, gera emprego, tributos e, principalmente, imóveis a um preço acessível para a população. Ele disse que eventuais ajustes no programa habitacional tendem a ser pontuais, sem representar uma mudança abrupta no andamento dos negócios.
O executivo acrescentou que a MRV também está diversificando seu portfólio de empreendimentos, com a retomada de projetos financiados com recursos da caderneta de poupança, segmento que representará 25% dos lançamentos no médio prazo. "A MRV é a empresa mais protegida pela diversificação. Se tiver alguma mudança no MCMV, a única empresa capaz de manter crescimento somos nós", enfatizou.
Disse ainda que a incorporadora atingiu um patamar de lançamentos e vendas, acompanhado de eficiência nas obras, que permite a presença da companhia em 22 Estados e 157 cidades, com oferta de imóveis a preços mais baixos do que de outras empresas. "Entregamos resultados há 12 anos (desde abertura de capital) e criamos uma barreira de entrada muito grande", emendou.
O diretor financeiro, Leonardo Correa, lembrou ainda que a cisão da Log Commercial Properties ajudará a destravar o valor das ações da MRV, que, segundo ele, não embutiriam o retorno do negócio da subsidiária.