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Nike compra a britânica Umbro, patrocinadora do Santos e da seleção inglesa

Aquisição reforça a tentativa da empresa americana de conquistar mercado de artigos ligados ao futebol, ainda dominado pelo Adidas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Maior marca de roupas esportivas do mundo, a americana Nike comprou nesta terça-feira (23/10) a fabricante inglesa de materiais esportivos Umbro, patrocinadora do Santos e do Atlético Paranaense, no Brasil, e de seleções internacionais como a da Inglaterra e a da Suécia.

A aquisição custará à Nike 582 milhões de dólares, preço que permitirá aos acionistas da Umbro receber um valor por ação bem acima da cotação atribuída pelo mercado. O reembolso em libras esterlinas por cada papel corresponderá a 3,95 dólares, além de um bônus de 0,04 dólares. O total por ação, 3,99 dólares, fica 61% acima do preço da ação no fechamento de 17 de outubro, dia anterior ao do anúncio de que a Umbro havia recebido uma proposta - naquela data, sem a pressão da possibilidade de compra, os papéis valiam 2,46 dólares

Já após a divulgação da compra, as ações da companhia inglesa saltaram 14% na Bolsa de Londres, sinal de boa acolhida da notícia pelos investidores, como informa o jornal britânico Financial Times.

O negócio reforça a estratégia da Nike de buscar uma participação mais agressiva no mercado de futebol, esporte onde disputa a liderança de vendas e de marketing com a gigante alemã Adidas. No começo do ano, a Nike tentou tirar das mãos da concorrente o patrocínio da seleção da Alemanha, mas acabou desistindo da missão. A empresa americana, porém, ainda mantém a meta de tornar-se a principal marca global de roupas para futebol antes da Copa de 2010.

Nesse cenário, absorver a Umbro pode impulsionar a Nike pelo fato de a fabricante inglesa atuar fortemente no mercado consumidor mais rentável do mundo no setor, o britânico, como apontou o próprio executivo-chefe da companhia compradora, Mark Parker.

A forte ligação da Umbro com a seleção inglesa de futebol exigiu inclusive um cuidado extra para a compra. Por contrato, a Football Association - equivalente inglês da CBF - precisaria aprovar qualquer negócio que envolvesse a troca de mãos da empresa, enquanto ela fosse patrocinadora do time. A instituição, porém, não se opôs ao negócio e deixou caminho livre para o acordo.

Ainda com a aprovação da Football Association, a Nike precisou concordar com três condições feitas pelos controladores da Umbro. A primeira foi garantir a permanência da marca, enquanto as demais foram manter a sede da companhia no Reino Unido e garantir que o foco da Umbro continuará a ser sobre produtos ligados ao futebol, mais do que a outros esportes.

Para a Umbro, por sua vez, a proposta surgiu num momento de atenção quanto ao desempenho da marca. Embora a empresa tenha alcançado receita de 306 milhões de dólares, em 2006, as vendas em 2007 poderiam ficar abaixo deste valor por causa do fraco desempenho da seleção inglesa de futebol. O time comandado pelo técnico Steve McClaren corre um grande risco de não se classificar para a Eurocopa 2008, principal campeonato europeu do próximo ano. Com isso, as vendas da camisa branca e vermelha da equipe, artigo mais popular da Umbro, podem ficar abaixo das expectativas.

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