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Netshoes se prepara para ser global, considera IPO

Além do Brasil, a companhia também é líder na América Latina na venda de artigos esportivos via Internet

Estoque da Netshoes: a companhia teve faturamento de 1,1 bilhão de reais no ano passado, mais de 20 vezes superior aos 50 milhões obtidos em 2008, primeiro ano em que operou exclusivamente na Internet. Em 2012, o faturamento bruto cresceu 54 por cento sobre o ano anterior. (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2013 às 23h21.

São Paulo - Com pouco mais de uma década de existência, a Netshoes decidiu apostar na paixão mundial por futebol para cumprir o plano ambicioso de se tornar uma empresa global especializada em artigos esportivos, plano que pode incluir uma potencial oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

"Nosso objetivo é ser referência em artigos esportivos e temos aspirações de virar uma empresa global", disse à Reuters o vice-presidente de planejamento da empresa, José Rogério Luiz.

Além do Brasil, a companhia também é líder na América Latina na venda de artigos esportivos via Internet. As vendas na Argentina e no México respondem por 3 por cento da receita da companhia. Hoje, 35 por cento do faturamento total é proveniente da venda de artigos relacionados a futebol.

"Queremos ir para outros mercados, mas o foco antes é consolidar a operação no Brasil e se tornar uma referência no comércio eletrônico em esportes", afirmou o executivo, que sinalizou possível expansão para além da América Latina.

O crescimento da Netshoes tem sido apoiado em aportes de capital de investidores, como o norte-americano Tiger Global Management e a Temasek Holdings, de Cingapura. No começo de 2013, a empresa também recebeu investimento dos fundos Kaszek e Iconic Ventures.

A companhia teve faturamento de 1,1 bilhão de reais no ano passado, mais de 20 vezes superior aos 50 milhões obtidos em 2008, primeiro ano em que operou exclusivamente na Internet. Em 2012, o faturamento bruto cresceu 54 por cento sobre o ano anterior.

"Em 2013, vamos seguir crescendo a dois dígitos sólidos. Estamos partindo para geração de caixa... já temos visto geração de caixa na empresa, o que é raro no setor", disse Rogério Luiz.

Segundo o executivo, o sucesso da companhia reflete um modelo de negócios mais segmentado, evitando repetir "erros" cometidos por outras companhias do setor.


"Software e hardware embaixo do mesmo guarda-chuva não funciona", disse ele, referindo-se à importância de se especializar num segmento.

Além disso, a flexibilidade na forma de pagamento para clientes não é generalizada. A Netshoes não oferece parcelamento em 12 vezes sem juros e o frete é gratuito apenas para pedidos com entrega acima de quatro dias.

O foco em um segmento menos explorado tem contribuído para os números da Netshoes. No setor de artigos esportivos, a margem bruta costuma ficar entre 40 e 50 por cento, ante algo entre 25 e 27 por cento no caso de eletroeletrônicos, segundo o executivo.

Possível IPO

Na estratégia de crescimento traçada pela companhia, uma potencial abertura de capital ocupa posição ainda coadjuvante, mas não deixa de ser considerada como forma de financiar a expansão.

"Se a empresa estiver capitalizada, não há razão", disse Rogério Luiz. "Antes temos que deixar a empresa pronta... estamos correndo para organizar a casa, mas depende das condições de mercado." Uma fonte com conhecimento da estratégia da companhia disse que, caso se concretize, o IPO deve acontecer na Nasdaq, mercado mais receptivo a aberturas de capital de empresas de Internet do que a Bovespa.

Com 38 mil itens disponíveis para venda, a Netshoes contabiliza cerca de 30 mil pedidos por dia e tem 60 por cento do faturamento proveniente de calçados, sendo o restante resultado da venda de outros artigos esportivos.

Criada a partir de uma loja de rua em São Paulo no ano 2000, a Netshoes chegou a ter sete lojas físicas, que foram fechadas quando os fundadores decidiram ficar apenas com a plataforma online, em 2007.

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São Paulo - Com pouco mais de uma década de existência, a Netshoes decidiu apostar na paixão mundial por futebol para cumprir o plano ambicioso de se tornar uma empresa global especializada em artigos esportivos, plano que pode incluir uma potencial oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

"Nosso objetivo é ser referência em artigos esportivos e temos aspirações de virar uma empresa global", disse à Reuters o vice-presidente de planejamento da empresa, José Rogério Luiz.

Além do Brasil, a companhia também é líder na América Latina na venda de artigos esportivos via Internet. As vendas na Argentina e no México respondem por 3 por cento da receita da companhia. Hoje, 35 por cento do faturamento total é proveniente da venda de artigos relacionados a futebol.

"Queremos ir para outros mercados, mas o foco antes é consolidar a operação no Brasil e se tornar uma referência no comércio eletrônico em esportes", afirmou o executivo, que sinalizou possível expansão para além da América Latina.

O crescimento da Netshoes tem sido apoiado em aportes de capital de investidores, como o norte-americano Tiger Global Management e a Temasek Holdings, de Cingapura. No começo de 2013, a empresa também recebeu investimento dos fundos Kaszek e Iconic Ventures.

A companhia teve faturamento de 1,1 bilhão de reais no ano passado, mais de 20 vezes superior aos 50 milhões obtidos em 2008, primeiro ano em que operou exclusivamente na Internet. Em 2012, o faturamento bruto cresceu 54 por cento sobre o ano anterior.

"Em 2013, vamos seguir crescendo a dois dígitos sólidos. Estamos partindo para geração de caixa... já temos visto geração de caixa na empresa, o que é raro no setor", disse Rogério Luiz.

Segundo o executivo, o sucesso da companhia reflete um modelo de negócios mais segmentado, evitando repetir "erros" cometidos por outras companhias do setor.


"Software e hardware embaixo do mesmo guarda-chuva não funciona", disse ele, referindo-se à importância de se especializar num segmento.

Além disso, a flexibilidade na forma de pagamento para clientes não é generalizada. A Netshoes não oferece parcelamento em 12 vezes sem juros e o frete é gratuito apenas para pedidos com entrega acima de quatro dias.

O foco em um segmento menos explorado tem contribuído para os números da Netshoes. No setor de artigos esportivos, a margem bruta costuma ficar entre 40 e 50 por cento, ante algo entre 25 e 27 por cento no caso de eletroeletrônicos, segundo o executivo.

Possível IPO

Na estratégia de crescimento traçada pela companhia, uma potencial abertura de capital ocupa posição ainda coadjuvante, mas não deixa de ser considerada como forma de financiar a expansão.

"Se a empresa estiver capitalizada, não há razão", disse Rogério Luiz. "Antes temos que deixar a empresa pronta... estamos correndo para organizar a casa, mas depende das condições de mercado." Uma fonte com conhecimento da estratégia da companhia disse que, caso se concretize, o IPO deve acontecer na Nasdaq, mercado mais receptivo a aberturas de capital de empresas de Internet do que a Bovespa.

Com 38 mil itens disponíveis para venda, a Netshoes contabiliza cerca de 30 mil pedidos por dia e tem 60 por cento do faturamento proveniente de calçados, sendo o restante resultado da venda de outros artigos esportivos.

Criada a partir de uma loja de rua em São Paulo no ano 2000, a Netshoes chegou a ter sete lojas físicas, que foram fechadas quando os fundadores decidiram ficar apenas com a plataforma online, em 2007.

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