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Netflix supera Disney em valor de mercado em meio à quarentena

Com a pandemia de coronavírus, as ações da Walt Disney despencaram, com queda acumulada de mais de 40% este ano

Stranger Things, produção original da Netflix: ações da empresa de streaming subiram 9,2% no acumulado de 2020 (Netflix/Divulgação)

Stranger Things, produção original da Netflix: ações da empresa de streaming subiram 9,2% no acumulado de 2020 (Netflix/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 24 de março de 2020 às 14h28.

Última atualização em 25 de março de 2020 às 00h40.

As ações da Walt Disney despencaram em meio à pandemia de coronavírus e, com a onda vendedora, o valor de mercado da empresa agora é mais baixo do que o da Netflix, um reflexo de quais segmentos do ecossistema de mídia são favorecidos em momentos de incerteza.

No acumulado deste ano, as ações da Disney caíram mais de 40% em comparação com ganho de 9,2% da Netflix. Com base no fechamento mais recente, o valor de mercado da Netflix agora é de US$ 158 bilhões contra US$ 154,8 bilhões da Disney.

Esta não é a primeira vez que a gigante de streaming de vídeo ofusca a criadora da Casa do Mickey Mouse. A última vez foi em março de 2019, quando a vantagem durou pouco. Antes disso, a Netflix mostrou valuation mais alto por algumas semanas em meados de 2018.

A Netflix é “uma importante beneficiária” da mudança de comportamento provocada pela pandemia, escreveu o banco Baird em recente upgrade, já que o surto leva mais pessoas a ficar em casa e assistir a vídeos. De acordo com o Credit Suisse, a Netflix registrou pico nos downloads do aplicativo da empresa em regiões afetadas pelo coronavírus, tendência que pode apontar para uma maior demanda internacional. Nos EUA, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças incentivaram a maioria das pessoas a ficar em casa, enquanto estados como Nova York e Califórnia emitiram ordens de distanciamento social.

Embora a Disney tenha lançado recentemente um serviço de streaming próprio, o modelo de negócio mais diversificado da empresa a expõe a múltiplos riscos. Geetha Ranganathan, analista da Bloomberg Intelligence, escreveu que o surto “atinge vários segmentos” da empresa, “com parques temáticos fechados, lançamentos de filmes atrasados, eventos esportivos cancelados em suas redes de TV - principalmente na ESPN - e a produção de filmes e TV interrompida ”.

A perspectiva da empresa no curto e no médio prazo, segundo Ranganathan, está “sob forte pressão”.

Segundo dados compilados pela Bloomberg, a projeção para o lucro ajustado anual da Disney caiu 12,5% nos últimos 30 dias, enquanto as expectativas para a receita foram reduzidas em 1,2%.

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