Natura Sou: xampus e condicionadores da linha ganharão embalagens de 400 ml (Natura/Divulgação)
Luísa Melo
Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 19h10.
Última atualização em 13 de janeiro de 2017 às 19h40.
São Paulo - A marca Natura Sou, antes vendida na rede Raia Drogasil, agora pode ser encontrada também na Panvel e nas drogarias Pacheco e São Paulo, do grupo DPSP – além das revistinhas, é claro.
Os produtos ganharão mais espaço nas gôndolas de todo o país. Eles estarão presentes em 2.800 lojas, o dobro do alcance que tinham antes da nova parceria.
A oferta da linha de cuidados com o corpo e cabelo em farmácias começou para valer em julho do ano passado, depois de alguns meses de testes.
Em outubro, a empresa incluiu na estratégia o rótulo Tez, de tratamento para a pele. As vendas ainda estão em fase piloto, em 45 unidades da Raia Drogasil.
Expandir sua atuação para além do comércio porta a porta é uma investida da Natura para tentar reverter a queda nas receitas, problema que ela já vem enfrentando há algum tempo.
A fabricante de cosméticos já abriu cinco lojas próprias e está fortalecendo os meios de venda online. A própria linha Sou, por exemplo, já pode ser comprada por um serviço de assinaturas no aplicativo da companhia.
O foco, porém, não muda. "Não podemos fechar os olhos para nenhum canal que possa complementar a venda direta. Lembrando que [essas plataformas] têm que ajudar a consultora a vender mais. Se matarem o negócio dela, matam o meu também", afirma Herlan Paiva, gerente de novos canais da empresa.
Segundo o presidente da Natura, João Paulo Ferreira, aproximadamente 90% do faturamento total da companhia deve continuar vindo das vendas por catálogo nos próximos cinco anos.
Sem abrir números, Paiva conta que as vendas da linha Sou nas farmácias "foram excelentes e superaram as expectativas para o ano".
O pico ocorreu durante a campanha de Natal, segundo ele. Nesse período, os itens da marca tiveram saída 30% acima do esperado. "Nosso produto é muito 'presenteável'", diz.
Para performar ainda melhor no varejo, os xampus e condicionadores da marca vão ganhar embalagens de 400 ml (hoje elas são de 200 ml), tamanho adotado por muitas das concorrentes. A novidade chega ao mercado em março.
A empresa também vai apostar mais em marketing e publicidade. "Quando fomos para a TV, as vendas em ‘farma’ triplicaram", conta o executivo.
Abrir o leque de produtos disponíveis em drogarias e estender as parcerias está nos planos da Natura, mas a expansão deve acontecer com muita cautela, de acordo com Paiva.
"Não vamos entrar em um monte de farmácias. Nossa estratégia é clara: estar nas principais redes, onde a gente consiga prestar um bom atendimento ao consumidor. Não queremos perder o controle da marca".
A fabricante faz questão de treinar os vendedores das varejistas sobre seus cosméticos e projeta gôndolas diferentes para cada uma das empresas.
Com a estrutura reformulada que tem hoje, a Natura ainda consegue ganhar bastante escala no varejo, garante o gerente.
Quando todas as lojas da Raia Drogasil passaram a vender a linha Sou, no país inteiro, a empresa viu que precisava mudar sua logística, sistema financeiro e comercial.
Afinal, vender em grandes quantidades para outra companhia é diferente de vender para as consultoras.
"Foi aí que entendemos a complexidade da operação. Uma coisa é entregar uma caixa, que é importante. Mas quando o pedido era de paletes, o sistema travava, porque não era preparado".
Hoje, a marca Sou tem um nível gerencial dedicado exclusivamente ao atendimento das farmácias.
Quanto à aceitação das revendedoras ao projeto, Paiva é taxativo "não tem reclamação, não há briga".