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Natura espera que dívida volte aos níveis pré-transação até 2022

A alavancagem da companhia estava em 1,4 vez ao final de 2016, antes da aquisição da The Body Shop, devendo chegar a 3,6 vezes até o final do ano

Natura: a companhia realizou uma emissão de R$ 3,7 bilhões em notas promissórias para a aquisição da The Body Shop (The Body Shop/Divulgação)

Natura: a companhia realizou uma emissão de R$ 3,7 bilhões em notas promissórias para a aquisição da The Body Shop (The Body Shop/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 13h53.

Última atualização em 11 de setembro de 2017 às 13h54.

São Paulo - A Natura espera que seu nível de endividamento medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) volte, em 2022, aos mesmos níveis que estava anteriormente à aquisição da The Body Shop. A informação foi dada durante teleconferência com analistas e investidores que discute a nova estrutura do grupo após a aquisição.

Conforme dados apresentados pelo novo vice-presidente de Transformação do Grupo Natura, Robert Chatwin, a alavancagem da companhia estava em 1,4 vez ao final de 2016, antes da aquisição.

Após a transação, ao final de 2017, esse índice deve chegar a 3,6 vezes. A expectativa da companhia é retomar o patamar de 1,4 vez ao final de 2022.

O vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Natura, José Roberto Lettiere, destacou que a companhia vai gerar fluxo de caixa livre, ainda que a estratégia contemple também alguns investimentos em Capex pela frente.

A Natura realizou uma emissão de R$ 3,7 bilhões em notas promissórias para a aquisição da The Body Shop. As notas, cuja emissão foi anunciada no início de agosto, têm prazo de 180 dias.

Lettiere informou que, passado esse curto prazo das notas promissórias, a Natura já tem garantidos dois anos de financiamento bancário nas mesmas condições das notas promissórias e pelos mesmos bancos que encarteiraram as notas promissórias. Ao longo desse período, disse Lettiere, a empresa espera reestruturar essa dívida de forma a reduzir o custo de capital.

"Durante esse período (de dois anos), vamos estruturar o 'takeout' para fazer esse prazo ser mais longo. Vamos ter a oportunidade de fazer uma estrutura mais alinhada com nossas metas estratégicas e custo de capital mais baixo".

China

O Grupo Natura estuda o mercado de cosméticos na China, conforme afirmou Robert Chatwin. Em teleconferência com analistas e investidores, ele respondeu a questionamento sobre os planos de expansão da companhia para o país asiático, mas afirmou que essa expansão não seria feita de uma forma que comprometesse os valores da empresa.

"As marcas The Body Shop, Natura e Aesop não acreditam em testes em animais. Nenhuma marca entraria na China comprometendo seus valores e sua ética", afirmou. "Estamos monitorando a situação na China de perto e, quando este se tornar um lugar para nós, isso vai permitir um potencial de crescimento", acrescentou.

Com a conclusão da aquisição da The Body Shop na semana passada, o Grupo Natura passa a ter atuação em 69 países, mas a China ainda não é um mercado explorado pelo grupo.

A companhia afirmou que antes da compra da The Body Shop, uma parcela de 68% das receitas vinha do Brasil. Agora, apenas 47% das vendas líquidas são geradas no País, sendo outros 18% nos demais países da América Latina e 35% em países de outros continentes.

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