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"Não queremos competir na base da pirâmide"

Nova linha de cosméticos de O Boticário, a Active, consumiu 13 milhões de reais em investimento. Objetivo é conquistar consumidores de maior poder aquisitivo

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

O mercado brasileiro de cosmética está passando por uma fase movimentada. Depois que a Natura passou à frente da Avon no país, no final do ano passado, agora é a vez de O Boticário mostrar suas armas. Nesta terça-feira, a empresa apresentou ao mercado sua nova linha de tratamento facial, resultado de três anos de pesquisa e um investimento de 13 milhões de reais.

Produtos para o rosto já faziam parte do portfolio da companhia, mas nunca chegaram perto de ser o carro-chefe. Na visão do consumidor, a marca O Boticário tem sido tradicionalmente ligada a perfumes e, mais recentemente, a maquiagem. A linha Active, que chega às lojas em junho, vem para mudar um pouco essa imagem. "Ainda queremos ser referência em perfumaria, mas  não  somente nisso", diz Miguel Krigsner, que preside a empresa desde a sua fundação, há 26 anos.

A empresa não divulga oficialmente seus resultados financeiros, mas estima-se que este número seja da ordem de 2 bilhões de reais. A expectativa da companhia é de que a linha Active triplique a receita da categoria de cremes e cosméticos até o final do ano. No Brasil, o mercado de cremes movimenta 1,3 bilhão  de reais, sendo que 53% desse total vem de linhas para o rosto.

A partir do dia 13 de junho, o portfolio atual de cosméticos - cuja principal marca é a VitActive - será substituída pela Active, com 19 produtos. O carro-chefe atende pelo nome de NanoSerum, um anti-sinais desenvolvido com nanotecnologia. Preço? Noventa reais.

Concorrência

Ao contrário do mercado de cosmética internacional, já maduro, no Brasil as mulheres ainda estão se acostumando a cuidar da pele. As empresas do setor vêem o fato como uma forma de aumentar suas vendas no mercado interno. Quando se pensa em cosmética no Brasil, três marcas vêem à mente: as duas principais nacionais, Boticário e Natura, e a Avon - que mesmo não sendo brasileira, conta com o poder da tradição. O objetivo de O Boticário é fazer com que sua imagem se distancie da concorrência.

"Natura e Avon, por trabalharem com catálogo, estão na base da pirâmide social. Queremos estar acima disso, e para isso precisávamos de produtos de maior qualidade", diz o presidente da empresa. Ele lembra, ainda, que O Boticário tem um diferencial que não pode ser desprezado: as lojas. A idéia é transformá-las em pequenos centros de beleza. Sete lojas já estão sendo testadas no novo padrão. Segundo Krigsner, a reforma de todas as lojas pode durar de três a quatro anos.

Além da concorrência local, o desenvolvimento da linha Active também teve como foco a concorrência externa. "O Brasil ainda não tem chancela de exportador de cosméticos. Por isso, foi preciso criar um produto de alta qualidade para competir lá fora", diz Krigsner. O Boticário tem franquias em 24 países.

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