Investo: gestora brasileira de ETfs capta US$ 8 milhões (Investo/Divulgação)
A Investo, gestora especializada em ETFs, anunciou um investimento US$ 8 milhões (cerca de R$ 40 milhões) em uma rodada seed envolvendo investidores estrangeiros, incluindo a Van Eck Associates Corporation, uma das principais gestoras de investimento do mundo — e também especializada em ETFs.
Fundada em 2020 por Cauê Mançanares e Luiz Junior, a Investo gerencia investimentos em Exchange Traded Funds (ETFs), fundos constituídos por cotas de empresas estrangeiras listadas em bolsa. A Investo seleciona as companhias e, com base em diferentes índices, recomenda os melhores ativos, conectando brasileiros a ações de empresas globais.
O primeiro contato de Mançanares, atual CEO da empresa, com o universo das pequenas empresas de tecnologia aconteceu dentro do Banco Central, onde fez parte de uma das primeiras comissões dedicadas a auxiliar e supervisionar fintechs em busca de uma “licença para operar”.
Anos depois, com a mudança para os Estados Unidos para trabalhar com mercado de investimento de risco e com a conclusão de um MBA em Harvard, o executivo percebeu o potencial de um mercado em ascensão e popular entre as empresas americanas — e que poderia ter boa aderência no Brasil: os ETFs.
De volta ao Brasil, Mançanares convidou seu ex-colega de Banco Central, Luiz Junior, e juntos fundaram a Investo com a proposta de trazer o modelo para cá. Um terceiro sócio, Gabriel Lansac, entrou no negócio para ajudar na estruturação jurídica.
A proposta era facilitar o investimento em empresas promissoras de tecnologia. Em 2021, pouco mais de um ano após o início do processo de regulamentação junto à Comissão de Valores Mobiliários (CMV) e outros órgãos reguladores, a Investo lançou seu primeiro ETF.
Hoje, são 12 ativos listados na B3, incluindo ações, ativos de renda fixa e criptoativos, negociados por mais de 30.000 clientes. Ao todo, a Investo tem R$200 milhões de ativos sob gestão.
Por ser listado em bolsa, uma das principais vantagens do ETF está na transparência em relação às transações, precificação, composição e liquidez diária. Outra vantagem está nos baixos valores das cotas — a partir de R$ 100 reais já é possível investir em empresas globais. “Nossa proposta é facilitar o acesso a todos os brasileiros que têm conta em corretoras, pois esse é basicamente o único critério para investir”, diz.
O mercado brasileiro de ETFs soma R$ 40 bilhões em ativos, o que representa apenas 0,5% do mercado total de investimentos no Brasil, somando algo como 500 mil investidores pessoa física.
A proporção desigual, segundo o CEO, traz grandes oportunidades. "Essa é uma tendência mundial que só cresce ano após ano”, diz. “Não é mais preciso abrir conta em 50 países para investir em empresas de 50 diferentes países. O que queremos é continuar democratizando esse acesso”.
Com o investimento do seed round, a Investo quer trazer mais robustez a algumas áreas da empresa e inaugurar outras novas. Um exemplo está em uma divisão de pesquisas e conteúdos dedicada a trazer mais informações para investidores, além de uma área de relação com investidores (RI).
A intenção é também expandir o portfólio de ETFs. Na lista estão ações de empresas brasileiras, por exemplo. “Essa é uma validação do que a gente propõe a fazer. Agora, com mais capital, vamos expandir a quantidade de opções de ETFs à disposição”, diz.
Segundo Mançanares, a expectativa é chegar ao final do ano com 20 ETFs listados na B3 e, já nos próximos três anos, atingir R$ 1 bilhão de ativos sob gestão. “É uma meta alcançável e que agora ganha mais fôlego”, diz.
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