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Mulher denuncia gordofobia em loja da Farm, em São Paulo

Uma cliente obesa foi debochada pelas vendedoras na loja da Farm, em São Paulo


	Preconceito: uma cliente obesa foi debochada pelas vendedoras na loja da Farm, em São Paulo
 (Divulgalção Farm)

Preconceito: uma cliente obesa foi debochada pelas vendedoras na loja da Farm, em São Paulo (Divulgalção Farm)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 14h52.

São Paulo - Walquíria Poiano, 26, fez denúncia de gordofobia no Facebook após passar por uma loja de roupas da Farm, em São Paulo, onde, segundo ela, foi debochada pelas próprias funcionárias, que se retiraram do ambiente enquanto davam risada da cliente.

A mãe de Walquíria, a psicanalista Simone Ambrósio, que a acompanhava no estabelecimento, fez uma reclamação na página da Farm no Facebook - que ocultou o post. Mas a publicitária Beatriz, 27, irmã de Walquíria e filha de Simone, compartilhou uma cópia da reclamação, que tem tido repercussão.

Simone relatou o ocorrido:

GORDOFOBIA NA adoro FARM"Mãe, quando eu entro nessas lojas, eu nem olho pras vendedoras, porque já espero isso delas."...

Publicado por Beatriz Poiano em Quarta, 6 de janeiro de 2016

Em entrevista ao UOL, Walquíria disse nunca havia passado por uma situação como essa.

"Mas ser gorda é se acostumar com olhares de deboche e de cegueira --você não é vista, você não existe como mulher", comentou.

"A comunicação da marca é toda fofa, descolada, simpática, mas na vida real não é isso que acontece. Depois de publicarmos o meu caso, outras pessoas falaram que já sofreram preconceito social, econômico ou racial nas lojas da Farm."

Na mesma entrevista, Simone explicou que não foi a primeira vez que a filha foi alvo de gordofobia: "Este tipo de coisa acontece muitas vezes e de muitas maneiras, mas nunca de uma forma tão hostil".

A mãe explicou que a empresa entrou em contato com ela para perguntar o que gostaria que eles fizessem para resolver isso. "Eu disse que não queria dinheiro nem roupas, mas uma retratação", respondeu.

"A marca tem um posicionamento de gratidão, good vibes, mas contrata vendedoras com este tipo de comportamento?", disse Beatriz ao UOL.

boa noite :)!via Um cartão

Publicado por adoro FARM em Quinta, 17 de dezembro de 2015

"Todos os nossos funcionários sabem que nenhum tipo de preconceito é aceito por nós, não faz parte do que vivemos no dia a dia e nem da nossa cultura. O ocorrido será usado em toda empresa como uma oportunidade de reforçar esses valores. Acreditamos que as redes sociais não sejam o melhor ou único ambiente para que essas questões sejam resolvidas de forma clara e humana com os envolvidos. Por isso, entramos imediatamente em contato com a Simone por telefone para pedir desculpas e dizer que ela é sempre muito bem-vinda em todas as nossas lojas". (via UOL)

A família decidiu não entrar com uma ação contra a Farm - mas não querem que o debate pare tão cedo.

Simone reforçou que a marca tem roupas cujo tamanho não contemplam pessoas como Walquíria. "Só isto já é uma política de exclusão", disse ao UOL.

Ela sugeriu à Farm que repense seus conceitos e treine seus funcionários de modo que eles reflitam sobre a comunicação "good vibes" - como disse Beatriz - da loja.

"Temos que expor as agressões que as pessoas fora dos padrões Farm sofrem dentro das lojas", declarou.

Preconceito

Em 2014, a Farm esteve envolvida em outro caso de preconceito contra minorias em representatividade. Ela publicou a foto de uma deusa Iemanjá branca. Logo em seguida, diversos clientes criticaram a marca em comentários, alegando que a representação de Iemanjá deveria ser feita por uma mulher negra, uma vez que a deusa é ligada à religiões africanas.

Na ocasião, a Farm também emitiu nota dizendo que ficou "muito triste" com o ocorrido.

 

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