Infraestrutura verde: Motiva aposta em corredores ecológicos e energia limpa para cortar emissões até 2035. (Charles Trigueiro/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 8 de dezembro de 2025 às 17h49.
A Motiva, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do país, vem estruturando uma estratégia integrada para reduzir emissões e fortalecer a resiliência climática de seus ativos. As iniciativas da Companhia – que administra concessões de rodovias, trens, metrôs e aeroportos – combinam ações de descarbonização, adaptação dos seus modais a eventos climáticos extremos e promoção da preservação ambiental. A Companhia tem como meta alcançar a neutralidade carbônica nos escopos 1 e 2 até 2035.
Para isso, vem firmando compromissos públicos e parcerias técnicas, além de fazer investimentos em soluções de baixo carbono. Entre as frentes em curso estão a expansão do uso de energia renovável, o aprimoramento do monitoramento climático e a articulação com organizações públicas e privadas para acelerar a transição do transporte brasileiro.
“Temos atuado de forma concreta para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono em rodovias, trilhos e aeroportos (a empresa detém 37 concessões), sempre alinhados aos mais elevados padrões internacionais”, afirma Pedro Sutter, vice-presidente de Inovação, Tecnologia, Risco e Sustentabilidade da Motiva.
Recentemente, a Motiva iniciou a formação de seu primeiro corredor ecológico em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, com a restauração de 16 hectares no Vale do Paraíba e o plantio de cerca de 40 mil mudas nativas. A estimativa é capturar até 9 mil toneladas de carbono até 2042, em processo de medição e verificação conduzido pelo Imaflora.
A Companhia também aderiu à Taskforce on Nature-related Financial Disclosures (TNFD), tornando-se a primeira empresa de infraestrutura de mobilidade da América do Sul a integrar a iniciativa. O estudo técnico associado avaliou riscos e oportunidades relacionados à natureza em mais de 4 mil quilômetros de rodovias e reforçou o compromisso No Net Loss, que orienta evitar, mitigar ou compensar impactos sobre ecossistemas.
“O objetivo é integrar conservação e clima. Ao assumir compromissos públicos e estabelecer parcerias técnicas, transformamos metas em ações concretas”, diz Sutter.
Pedro Sutter, da Motiva: compromisso em acelerar a transição para uma economia de baixo carbono em rodovias, trilhos e aeroportos (Charles Trigueiro/Divulgação)
Em paralelo às ações de preservação da biodiversidade, a Motiva concluiu cerca de 5 mil planos de adaptação climática para suas rodovias, trilhos e aeroportos, em um trabalho pioneiro no setor de infraestrutura brasileiro. Os estudos utilizam cenários do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas até 2050 e identificam riscos como tempestades, inundações, deslizamentos e ondas de calor.
A partir desses diagnósticos, foram definidas medidas preventivas como reforço de drenagem, adequações estruturais, monitoramento de encostas e ajustes operacionais.
O avanço ocorre em um contexto de aumento de alertas de desastres no país. Desde 2011, ano de criação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, o número de alertas emitidos cresceu 83% entre 2016 e 2024, enquanto o total de municípios monitorados aumentou 8%.
Além das frentes de biodiversidade e adaptação, a empresa também acelera ações de mitigação. A Motiva é uma das fundadoras da Coalizão para a Descarbonização dos Transportes, que reúne 121 organizações e mapeou 90 ações capazes de reduzir em até 70% as emissões projetadas do setor até 2050.
Internamente, a Companhia alcançou 100% de uso de energia renovável em suas operações de rodovias, trilhos e aeroportos, ampliou o consumo de biocombustíveis em sua frota leve e realizou operações de compra de créditos de carbono. Ela foi a primeira empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil a ter suas metas climáticas aprovadas pela Science Based Targets Initiative (SBTi), e seu inventário anual de emissões recebeu o Selo Ouro do GHG Protocol por 12 vezes consecutivas.
A integração entre redução do risco climático e de sua pegada ambiental estrutura a Ambição 2035, estratégia que orienta a atuação da Motiva na próxima década. Com presença em 13 estados, a empresa prevê ampliar essas iniciativas nos próximos anos para apoiar a transição do País para uma economia de baixo carbono.