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Morre magnata russo, conhecido pela parceria MSI-Corinthians

Aos 67 anos, empresário Boris Berezovscky foi encontrado morto na Inglaterra, onde vivia refugiado


	Boris Berezovsky: escândalo, corrupção e política cercaram a vida do empresário
 (Reuters)

Boris Berezovsky: escândalo, corrupção e política cercaram a vida do empresário (Reuters)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 25 de março de 2013 às 12h11.

São Paulo – Inimigo declarado de Vladimir Putin e conhecido no Brasil por liderar a parceria do MSI com o Corinthians, o magnata russo Boris Berezovsky há anos escapava de tentativas de assassinato. Não à toa, o fato dele ter sido encontrado morto em seu apartamento em Surrey, Inglaterra, gera desconfiança e está sendo investigado pela polícia inglesa. A morte foi anunciada pelo genro de Berezovsky, Egor Schuppe por meio de um post no Facebook, e depois confirmada pela polícia.

Aos 67 anos, Berezovscky vivia como refugiado político na Grã Bretanha desde 2003 e estava envolvido em diversos escândalos, além de ter dívidas crescentes. Matemático por formação, o empresário fez sua fortuna a partir da década de 90 com vendas de carros de luxo fabricados na Rússia e acabou se tornando uma fugira com ligações políticas importantes no país.

Apoiou Boris Yelstin a chegar até a presidência do país e era considerado como alguém que auxiliava a definir como seria a divisão de bens russa até então. Ele também teria ajudado Vladimir Putin a chegar à presidência do país, em 1999, relação que logo azedou e fez com que Berezovscky se tornasse um crítico ferrenho do novo governo – um inimigo declarado que, aos poucos, acabou perdendo sua fortuna e exilado de seu país.

No auge de sua influência, em 1997, Berezovscky era um dos bilionários da lista da Forbes, com uma fortuna estimada em 3 bilhões de dólares. Em 2000, se mudou para a Inglaterra e recebeu asilo político três anos depois, quando passou, então, a viver como refugiado – e se patrimônio, estimado em 700 milhões de dólares – passou a ser cada vez mais uma incógnita.

Lavagem de dinheiro

Seus negócios, aos poucos, foram se deteriorando com a venda de suas participações em empresas de alumínio e óleo na Rússia sendo vendidas forçadamente para empresários pró-governo e a venda de seu jornal de negócios, Kommersant, que chegou a ser o maior veículo russo até então. Nesse tempo, envolveu-se ainda em uma ação de divórcio com a ex-mulher Galina Besharova e conquistou o direito a um patrimônio de 150 milhões de dólares.

Outro embate judicial foi com o compatriota Roman Abramovich, dono do clube de futebol Chelsea, em torno de violação de contrato e chantagem em negociatas que envolveriam ações da petrolífera Sibneft. Nessa, ele perdeu – e feio. Teria perdido estimados 4,5 bilhões de dólares na batalha, apontada como o maior caso particular da história britânica.

No Brasil, o ex-bilionário foi conhecido por liderar a negociação do Corinthians com a o grupo de investidores Media Sports Investment (MSI), entre 2004 e 2007 – união que resultou na contratação de craques como Carlitos Tévez e uma série de denúncias e investigações sobre lavagem de dinheiro. O Ministério Público chegou a pedir a prisão do magnata, em 2007, por lavagem de dinheiro.

Nos últimos anos, ele vendia bens, como seu iate e o quadro Lenin Vermelho (Red Lenin), do artista Andy Wahrol, para sobreviver. Um cenário que o teria deixado deprimido e que poderia tê-lo levado ao suicídio. 

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