Exame Logo

Morre David Stern, o visionário que fez da NBA uma potência mundial

Stern esteve à frente da liga de basquete de 1984 a 2014 e foi pioneiro ao criar parcerias de mídia, ativos digitais e programas de responsabilidade social

David Stern: ex-presidente da NBA estimulou apoio de empresas à liga e assumiu o comando no mesmo ano em que Michael Jordan iniciou sua carreira (Mike Pont/Getty Images)
A

AFP

Publicado em 2 de janeiro de 2020 às 06h52.

Última atualização em 2 de janeiro de 2020 às 06h53.

São Paulo — David Stern, o cérebro por trás da transformação da NBA em uma potência esportiva mundial, morreu nesta quarta-feira aos 77 anos depois de sofrer uma hemorragia cerebral no mês passado.

À frente da liga entre 1984 e 2014, ele deixou a gigante entidade americana do basquete quando se aposentou em 1° de fevereiro de 2014 e passou o comando para seu atual comissário Adam Silver.

Veja também

"David assumiu a NBA em 1984, com a liga em uma encruzilhada, mas durante seus 30 anos como comissário, ele a transformou na NBA do mundo moderno", afirmou Silver em um comunicado.

"Ele foi pioneiro em parcerias com a mídia e marketing, ativos digitais e programas de responsabilidade social que levaram o jogo a bilhões de pessoas em todo o mundo", acrescentou.

Stern estimulou o apoio de empresas à NBA, e assumiu o comando no mesmo ano em que o astro Michael Jordan iniciou sua lendária carreira.

Stern amava os jogadores tanto quanto o jogo e entendeu que o sucesso planetário da NBA dependia principalmente das façanhas dos atletas. Nos bastidores, ele se dispôs a fazer o resto.

Filho de um comerciante, nascido em Nova York em 22 de setembro de 1942, formado em Direito pela Columbia University em 1966, começou a exercer a profissão no mesmo ano e se tornou consultor jurídico da Proskauer Rose, representante da NBA.

Stern ingressou na Liga em 1978 como consultor geral, antes de assumir como vice-presidente executivo em 1980. Quando foi nomeado comissário em 1984, sucedendo Larry O'Brien, a NBA enfrentava dificuldades, sufocada por problemas financeiros, rejeitada pelo público que preferia futebol americano e beisebol a ponto de certas partidas na final terem sido adiadas.

Sua imagem também ficou marcada por escândalos envolvendo jogadores e o tráfico de drogas, em plena "era da cocaína".

Stern assinou acordos com redes de TV a cabo para renegociar melhor os direitos de televisão com os canais americanos, enquanto exportava a NBA.

Ele também entendeu que a participação de seus melhores embaixadores nos Jogos Olímpicos de 1992 em Barcelona poderia impulsionar a internacionalização da NBA com o primeiro "Dream Team".

Ao contrário da NFL e da MLB, a NBA não para no mercado norte-americano. Deu um salto para a Europa, Ásia, América Latina, realocando jogos e recrutando jogadores nesses mercados.

Stern também aumentou o número de franquias de 23 para 30 e transferiu algumas, o que ajudou a aumentar a receita da Liga e dos jogadores.

Isso não o impediu de ter que lidar com as interrupções das temporadas 1998-1999 e 2011-2012, com longas greves.

No entanto, seu sucesso econômico é incontestável: em 1983, pouco antes de assumir o comando, o faturamento geral da Liga foi de 118 milhões. Trinta anos depois, era de 4,8 bilhões.

Em 2014, Stern, que também soube tirar proveito de todo o potencial da internet e das redes sociais, mostrou seu orgulho, com bom humor, ao apertar a mão de Adam Silver, o atual comissário.

Acompanhe tudo sobre:BasqueteEsportesEstados Unidos (EUA)Setor de esportes

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame