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Moro autoriza investigação de Bendine, ex-presidente da Petrobras

Moro determinou que o inquérito tramite em sigilo e apontou ser "necessária a melhor apuração dos fatos antes de qualquer conclusão"

Aldemir Bendine: ele assumiu o cargo de presidente-executivo da Petrobras em fevereiro de 2015, indicado pela então presidente Dilma Rousseff (Paulo Fridman/Bloomberg)

Aldemir Bendine: ele assumiu o cargo de presidente-executivo da Petrobras em fevereiro de 2015, indicado pela então presidente Dilma Rousseff (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 13 de junho de 2017 às 16h29.

Última atualização em 13 de junho de 2017 às 16h35.

Rio de Janeiro - O juiz federal Sérgio Moro autorizou a instalação de inquérito policial para investigar suspeita de pagamento de propina no valor de 3 milhões de reais pela Odebrecht ao ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, informou nesta terça-feira a Justiça Federal do Paraná.

Moro determinou que o inquérito tramite em sigilo e apontou ser "necessária a melhor apuração dos fatos antes de qualquer conclusão", em despacho com data de 9 de junho.

Em seu pedido de abertura de inquérito, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que os ex-executivos da Odebrecht Marcelo Odebrecht e Fernando Reais relataram em seus acordos de delação premiada que Bendine solicitou e recebeu pagamento de propina em troca de favorecer a empreiteira dentro da Petrobras.

"O valor teria sido supostamente pago por meio de três entregas em espécie, operacionalizadas pelo setor de operações estruturas da Odebrecht", disseram os procuradores do MPF no pedido de abertura de inquérito para investigar possível ocorrência dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Bendine assumiu o cargo de presidente-executivo da Petrobras em fevereiro de 2015, indicado pela então presidente Dilma Rousseff após a deflagração da operação Lava Jato, e renunciou em maio de 2016 depois do impeachment da petista.

Antes disso, havia sido presidente do Banco do Brasil.

O escritório Bottini & Tamasauskas Advogados, que representa Bendine, negou em nota que o ex-presidente da Petrobras tenha cometido as supostas irregularidades, e afirmou que ele está à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos necessários.

"Aldemir Bendine, seja na gestão do Banco do Brasil, seja à frente da Petrobras, sempre conferiu ao Grupo Odebrecht o mesmo tratamento dispensado a qualquer outra empresa, jamais tendo havido qualquer recebimento ou solicitação de vantagens indevidas", afirmou o escritório em nota.

Já a Odebrecht afirmou em nota que reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades brasileiras, da Suíça, República Dominicana e com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas.

"A Odebrecht entende que é de responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e ex-executivos. A empresa está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua", disse a empresa.

Procurada nesta terça-feira, a Petrobras não respondeu imediatamente a pedido de comentário sobre a abertura de inquérito para investigar Bendine.

No início de maio, quando surgiram as primeiras informações sobre suspeita de propina paga pela Odebrecht a Bendine, o diretor-executivo de Governança e Conformidade da Petrobras, João Elek, afirmou a jornalistas que as irregularidades apontadas foram investigadas internamente e nada havia sido comprovado.

Além disso, destacou que quando Bendine entrou na Petrobras a Odebrecht já estava em bloqueio cautelar, o que significa que não poderia fechar contratos com a Petrobras.

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