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Moody's corta rating de JBS e JBS USA após acordo de leniência

Rating da JBS foi reduzido para Ba3 ante Ba2, enquanto a dívida garantida da JBS USA teve a nota cortada para Ba2 ante Ba1

JBS: Moody's colocou as classificações de risco das empresas no Brasil e nos EUA em revisão para novos rebaixamentos (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: Moody's colocou as classificações de risco das empresas no Brasil e nos EUA em revisão para novos rebaixamentos (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de maio de 2017 às 12h13.

Última atualização em 31 de maio de 2017 às 17h04.

A agência de classificação de risco Moody's rebaixou e colocou em revisão os ratings da empresa JBS.

O grupo brasileiro, maior companhia de carne bovina do mundo, é um dos protagonistas da crise política no país desde a semana passada, quando vieram à tona os detalhes de delação premiada feita por seus fundadores, os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Foram rebaixados em um nível, e colocados sob análise para novo rebaixamento, os ratings da JBS S.A e da sua subsidiária, a JBS USA.

"A ação se segue à confirmação pela JBS S.A. de que sete executivos da companhia e sua controladora, a J&F investimentos, entraram em um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República devido a alegações de corrupção", afirma a Moody's em comunicado.

Segundo a agência, o rebaixamento deve-se ao "aumento de riscos" relacionados à possibilidade de futuras ações judiciais e problemas de governança e liquidez da empresa.

A Moody's diz ter "visibilidade limitada" quanto à possibilidade de concretização desses prognósticos.

A nota informa que a agência de classificação risco vai se concentrar na obtenção de mais detalhes sobre a delação e sobre investigações criminais em curso.

"Se a liquidez se deteriorar em função desses desdobramentos, a Moody's pode adotar ações adicionais em relação ao ratings antes da conclusão desse processo de análise", ressalta.

Investidores

Na tentativa de minimizar os danos da delação premiada à economia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, participou pela manhã de teleconferência com investidores organizada pelo banco JPMorgan .

Está prevista outra reunião à distância com investidores esta tarde, organizada pela corretora de valores inglesa ICAP.

O Brasil, até o momento, não sofreu rebaixamento por agências de classificação de risco por causa da nova crise política. Na sexta-feira (19) a Fitch manteve a nota de crédito do país em moeda estrangeira, com perspectiva negativa.

O país permanece dois degraus abaixo do grau de investimento.

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