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Montadora apela a "milagre" para vender

Em razão da fraca demanda, as empresas estão ampliando cortes na produção com férias coletivas, folgas e lay-off (suspensão de contratos) dos trabalhadores


	Trabalhador na linha de montagem da fábrica da GM em São Caetano do Sul
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Trabalhador na linha de montagem da fábrica da GM em São Caetano do Sul (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2015 às 09h24.

São Paulo - A indústria automobilística está apelando a "milagres" para vender carros, depois de registrar um tombo de 20,9% nas vendas. De janeiro a maio foram comercializados 1,106 milhão de veículos, ante 1,399 milhão em 2014.

Em razão da fraca demanda, as empresas estão ampliando cortes na produção com férias coletivas, folgas e lay-off (suspensão de contratos) dos trabalhadores.

A General Motors, marca que mais tem investido em ações promocionais, iniciou ontem campanha que libera o consumidor de pagar quatro prestações do financiamento, no valor de até R$ 1,5 mil cada, se ele perder o emprego na vigência do plano. A empresa exige vínculo empregatício mínimo de um ano.

Denominada "milagre", a campanha na mídia apela para São Caetano - santo que dá nome à cidade onde está a sede da montadora, no ABC paulista - para ajudar a economia a melhorar.

No filme publicitário, famílias, executivos, jovens e freiras, em coro, afirmam que "pediram com fé e o milagre aconteceu", citando "descontos impossíveis" oferecidos pela marca.

Entre as opções da compra estão o financiamento em 24 parcelas, com 60% de entrada ou em 60 prestações, sem entrada. No primeiro caso, um modelo Ônix LT 1.0, por exemplo, pode ser adquirido por R$ 25.746 de entrada e 60 parcelas de 734,96, com juro zero. Na segunda opção, um Ônix LS é oferecido em 60 vezes de R$ 1.129, com juro de 1,94% ao mês.

"A Chevrolet entende o momento que o Brasil vive e mostra que está ao lado do consumidor, buscando sempre as melhores alternativas para que ele não deixe de concretizar seus planos", diz, em nota, Rafael Santos, diretor nacional de vendas da GM.

Nos primeiros cinco meses do ano, as vendas da GM caíram 25,1% em relação a 2014. A concorrente Fiat, líder no mercado brasileiro, registrou queda de 31,2%, enquanto a Volkswagen caiu 28,3% e a Ford, 5,9%.

As quatro maiores fabricantes do País respondem por 62% das vendas totais de automóveis e comerciais leves.

Sotaque alemão

A Volkswagen inicia nesta quinta-feira, 11, campanha para o Fox Trendline 1.6, oferecido a R$ 43.990, com 50% de entrada e 36 parcelas de R$ 599. Na peça publicitária, um vendedor com sotaque alemão fala dos atributos dos modelos da marca, como baixo custo de manutenção e valor de revenda.

A Ford mantém promoção de taxa zero para toda a linha iniciada em maio e tem campanha especial para o Ka, oferecido com juro zero para plano em até 30 meses e 60% de entrada.

A Kia também lança campanha para alguns dos modelos importados da marca, com descontos que vão de R$ 2 mil a R$ 9,2 mil - o valor mais alto vale para duas versões do Soul, a U.259 e a U.260, que passam a custar R$ 84,9 mil e R$ 88,9 mil, respectivamente.

Férias

Todo o complexo da GM em Gravataí (RS), incluindo os fornecedores de peças instalados ao redor da montadora, vão interromper a produção entre segunda-feira e o dia 28. Com a parada, cerca de 10 mil trabalhadores entrarão em férias coletivas.

Na fábrica de São Caetano, 5,5 mil funcionários ficarão em férias o mês todo.

A Fiat tem 16 mil trabalhadores afastados em Betim (MG) e a Mercedes-Benz, 7 mil em São Bernardo do Campo (SP). Já a Volkswagen para toda sua produção em São Bernardo amanhã e deixa em casa os 8 mil operários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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