Nova tentativa: acionistas da BrT se dizem abertos a negociar termos mais favoráveis (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - A negativa da assembleia de acionistas da Brasil Telecom (BrT) à Oi não significa, necessariamente, que os minoritários fecharam a porta a um acordo. A avaliação é do fundo Polo Capital, detentor de cerca de 4% das ações e um dos mais ruidosos opositores às condições oferecidas pela operadora. Caso a Oi reveja a proporção de papéis, a Polo poderia mudar de posição. "Somos a favor da troca de ações, mas não nesses termos", disse ao site EXAME Cláudio Andrade, gestor de recursos do fundo. "Sabemos dos benefícios de uma estrutura societária mais simples, mas esses valores nos prejudicam." No fato relevante divulgado ao mercado, a Oi informou que a simplificação societária está suspensa por prazo indeterminado.
O resultado, que já era esperado pela maioria dos analistas, é reflexo da proposta mais recente que dava para os acionistas ordinários da BrT o direito de receber 0,3955 da ação Telemar, abaixo da proposta anterior de 0,4137. O que levou a essa revisão foi a descoberta, pela Oi, de uma provisão maior que a prevista inicialmente para pendências judiciais da BrT, o que elevou essa rubrica para 2,33 bilhões de reais. "Esses valores deveriam ter sido visto antes", diz Andrade.
Sinergias continuam
Agora a Telemar, atual Oi, e a BrT seguem como duas empresas listadas em bolsa, apesar de terem as operações integradas. Em relatório divulgado nesta quarta-feira (16) e assinado pelos analistas Andre Baggio, Rajneesh Jhawar e Anna Daher, o banco americano JP Morgan afirmou que as sinergias continuarão a ser captadas. Com ele concorda a corretora Brascan: "Ressaltamos que a não incorporação dos acionistas da BrT não surtirá qualquer efeito sobre a captura de sinergias ou mesmo sobre o benefício fiscal advindo da amortização do ágio, disse a corretora, em texto assinado pela analista Beatriz Batelli.
Para o JP Morgan, a Telemar não poderá se beneficiar do valor gerado pela BrT, que vai limitar sua capacidade de pagar dividendos. "Como BrT não será uma subsidiária totalmente controlada pela Oi, a operadora não terá acesso direto ao fluxo de caixa", anotou.