São Paulo – A história do frigorífico Minerva e da família dona do negócio, os irmãos Queiroz, é de discrição.

Enquanto seus principais rivais, os irmãos Batista da JBS, tinham diversos aviões para viajar e compravam apartamentos em locais badalados, a família Queiroz possui apenas um avião e é socialmente modesta.

A trajetória do negócio também é marcada pela estabilidade. A família tinha, desde a década de 1950, duas empresas de transporte de gado e, em 1992, decidiu entrar no ramo de frigoríficos. Por conhecer bem tanto os produtores quanto frigoríficos, logo ganhou confiança em toda a cadeia.

O frigorífico se manteve focado no abate de carne bovina e na venda de mais de 3.000 alimentos. Suas ações, abertas na bolsa desde 2007, estavam abaixo da média de seus concorrentes, como Marfrig e JBS.

No entanto, a constância valeu à pena e garantiu um bom resultado. A empresa foi selecionada como a Melhor do Agronegócio no levantamento Melhores e Maiores, realizado pela revista EXAME.

Enquanto esteve, por décadas, à sombra de suas concorrentes, hoje ela tem motivos para sorrir. A Marfrig está endividada e amargou prejuízo de 180 milhões de dólares no ano passado. Já a JBS e sua holding, J&F, estão vendendo ativos para pagar uma multa bilionária aplicada pelo Ministério Público Federal por crimes como pagamento de propinas.

A queda da concorrente abriu uma oportunidade única para a Minerva. Em junho deste ano, ela adquiriu a operação de abate da JBS na Argentina, Paraguai e Uruguai. Com a compra, ela expande sua operação internacional e engorda o faturamento, que deverá crescer 30% em 2017.

O ranking completo das 500 maiores empresas do país será publicado na edição especial Melhores e Maiores de EXAME, que estará nas bancas, no site EXAME e no aplicativo EXAME na próxima quinta-feira, dia 10. A publicação destacará as empresas que apresentaram maior eficiência e melhor estratégia neste momento difícil da economia brasileira.