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Microsoft investirá US$ 1 bi em tecnologias antipoluentes

A empresa pretende utilizar energia 100% renovável em todos os edifícios e centrais de dados até 2025 e eletrificar todos os veículos dos campus até 2030

“Esta é a década de medidas urgentes para a Microsoft e para todos nós”, disse Satya Nadella, presidente da Microsoft (Lucy Nicholson/Reuters)

“Esta é a década de medidas urgentes para a Microsoft e para todos nós”, disse Satya Nadella, presidente da Microsoft (Lucy Nicholson/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 24 de janeiro de 2020 às 07h00.

A Microsoft planeja investir US$ 1 bilhão para apoiar empresas e organizações que trabalham em tecnologias capazes de remover ou reduzir a quantidade de carbono na atmosfera, argumentando que os esforços para diminuir as emissões são insuficientes para evitar mudanças climáticas catastróficas.

Nos próximos quatro anos, seu Fundo de Inovação Climática vai fornecer dinheiro para investimentos em participação acionária, financiamento de dívidas e outras modalidades de apoio ao desenvolvimento de tecnologias de remoção de carbono. O fundo não será usado nas iniciativas filantrópicas da Microsoft em prol do clima, que continuarão funcionando separadamente. A fabricante de software também promete se tornar “carbono negativo” — ou seja, removerá mais carbono do que emite — até 2030.

“Esta é a década de medidas urgentes para a Microsoft e para todos nós”, disse Satya Nadella, presidente da Microsoft, em evento realizado na quinta-feira no campus da empresa em Redmond, no Estado americano de Washington.

Os engenheiros criaram meios de capturar dióxido de carbono de chaminés e sugá-lo diretamente do ar. O gás pode ser armazenado no subsolo ou empregado de outras formas, sendo incorporado a produtos como o cimento, por exemplo.

Como a maioria dos países não prevê penalidade ou imposto sobre emissões de carbono, atualmente não há incentivo monetário para as empresas comprarem as tecnologias, que dificilmente se tornam empreendimentos viáveis. Essas tecnologias geralmente permanecem estagnadas na fase de demonstração — vitrines que ilustram o que poderia ser feito se alguém estivesse disposto a pagar.

“Um bilhão de dólares é muito e ao mesmo tempo é pouco quando se pensa no nível de investimento que provavelmente será necessário”, disse Brad Smith, diretor jurídico da Microsoft, durante uma reunião com editores em Nova York na segunda-feira em preparação para o evento.

Não há clareza quanto aos esforços ou empresas que receberão o apoio da Microsoft, que começará a considerar as opções para distribuir os recursos do fundo. Mas várias ideias e empreendimentos já estão em andamento. Por exemplo, a suíça Climeworks emprega uma membrana reutilizável para capturar CO2 que ventiladores puxam através de maquinário.

A companhia então vende o gás concentrado para produtoras de bebidas e plásticos. A canadense Carbon Engineering desenvolveu uma reação química para remover o dióxido de carbono diretamente do ar e o gás é então armazenado no subsolo ou usado para fazer combustível.

Para reduzir suas próprias emissões, a Microsoft planeja enfrentar a quantidade de carbono que gera e as emissões de poluentes de seus fornecedores e clientes. A empresa pretende utilizar energia 100% renovável em todos os seus edifícios e centrais de dados até 2025 e eletrificar todos os veículos que rodam no campus até 2030.

Tudo isso é parte do plano da Microsoft para ser carbono negativo em 10 anos, o que significa que a companhia vai retirar mais carbono da atmosfera do que emite. Duas décadas depois disso, terá removido do meio ambiente todo o carbono que emitiu diretamente ou por consumo de eletricidade desde a sua fundação, em 1975.

--Com a colaboração de David R. Baker e Max Chafkin.

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