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Mercado de carros de luxo deve crescer 30%, diz Mercedes

Montadora alemã está investindo 500 milhões de reais na construção de uma fábrica de carros no interior de São Paulo

Carros da Mercedes-Benz em uma concessionárias da montadora em São Paulo (Marcos Issa/Bloomberg)

Carros da Mercedes-Benz em uma concessionárias da montadora em São Paulo (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2014 às 20h43.

São Paulo - O segmento de veículos de luxo no Brasil deve ter em 2014 uma alta de 30 por cento nas vendas, cenário oposto ao do mercado geral que inclui carros e utilitários leves, que encerrará o ano com queda, afirmou a Mercedes-Benz nesta sexta-feira.

A montadora alemã, que está investindo 500 milhões de reais na construção de uma fábrica de carros no interior de São Paulo que deve ficar pronta no fim de 2015, espera ampliar suas vendas este ano para mais de 11 mil automóveis, expansão de cerca de 17 por cento sobre 2013.

"O mercado brasileiro sempre teve suas altas e baixas, mas olhando para a frente, tem todas as condições para crescer", disse o diretor geral da divisão de automóveis da montadora no Brasil, Dmitris Psillakis.

Os emplacamentos de veículos novos (carros, comerciais leves, caminhões e ônibus) no Brasil neste ano até julho caíram 8,4 por cento contra igual período de 2013, disse uma fonte do setor à Reuters mais cedo nesta sexta.

Em julho apenas a queda foi de 14 por cento na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Na avaliação do executivo da Mercedes-Benz, a baixa no mês passado foi circunstancial, por fatores que incluíram a realização da Copa do Mundo que prejudicou a venda de veículos.

No que tange ao negócio de carros da Mercedes-Benz no país, o otimismo de Psillakis está baseado nas perspectivas do mercado de luxo nacional, que segundo ele deve mais que dobrar até o fim da década, para 100 mil veículos, ante previsão de 40 mil unidades neste ano.

A montadora mantém o ritmo de construção da fábrica em Iracemápolis (SP), diante do forte movimento de vendas até aqui em 2014 e apesar das incertezas em torno do crescimento da economia brasileira.

Segundo, Psillakis a marca lança entre agosto e setembro no Brasil o sedã Classe C, modelo mais vendido da Mercedes-Benz no mundo, e o utilitário compacto GLA.

Ambos os modelos serão produzidos na fábrica do interior de São Paulo, que terá capacidade para 20 mil veículos anuais. O Classe C começa a ser produzido no fim de 2015 e o GLA nacional sai da unidade seis meses depois, disse o executivo.

"A economia está crescendo menos, mas ainda está crescendo... Esperamos um 2015 muito forte para nós", afirmou Psillakis, evitando fazer projeções para as vendas da marca no próximo ano.

No mês passado, a associação que representa as montadoras do país, Anfavea, cortou sua expectativa de vendas de veículos no Brasil para queda de 5,4 por cento, a 3,56 milhões de unidades. A estimativa anterior era de alta de cerca de 1 por cento.

A Mercedes-Benz compete no Brasil mais intensamente com suas "irmãs" alemãs BMW e Audi, do grupo Volkswagen, que também estão levantando suas primeiras fábricas próprias no país.

Mais Concessionárias

Para fazer frente ao crescimento do segmento de luxo, a Mercedes-Benz está ampliando sua rede de concessionárias no Brasil de 32 pontos em 2013 para 47 até o fim de 2014.

Outras três a cinco unidades devem ser abertas no próximo ano, disse Psillakis, acrescentando que um dos focos da expansão do alcance da marca é a região Nordeste, onde está abrindo lojas em Natal e Teresina.

Segundo ele, os clientes dos veículos da marca ainda não estão sendo fortemente afetados pela restrição de crédito que tem atingido as vendas de modelos de marcas mais populares, em um momento em que bancos como Bradesco e Santander Brasil acusaram sinais de alta na inadimplência em seus resultados de segundo trimestre.

"Não somos tão dependentes do crédito", disse o executivo.

No primeiro semestre, o banco da Mercedes-Benz no Brasil, que também financia caminhões e ônibus, além de automóveis, viu sua carteira de empréstimos crescer 10,4 por cento sobre um ano antes, para 10,6 bilhões de reais.

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