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Menos aviões e uma pergunta: até onde vai a Avianca Brasil?

A partir desta segunda-feira, a empresa deve devolver mais 18 aeronaves; cerca de 1.300 voos serão cancelados até o próximo dia 28

Avianca: concorrentes brigam pelos ativos da companhia que enfrenta recuperação judicial (SOPA Images / Contributor/Getty Images)

Avianca: concorrentes brigam pelos ativos da companhia que enfrenta recuperação judicial (SOPA Images / Contributor/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2019 às 06h25.

Última atualização em 22 de abril de 2019 às 07h30.

A volta do feriado de Páscoa deve ser de renovadas dores de cabeça para os clientes da Avianca Brasil. A companhia aérea, em recuperação judicial, começa a devolver nesta segunda-feira, 18, das 25 aeronaves que ainda possui.

Ninguém sabe ao certo o que será da empresa quando a tempestade da recuperação judicial, iniciada em dezembro, terminar. A aérea acumula uma dívida na casa dos 500 milhões de reais, está se desfazendo de aviões cujo aluguel não consegue mais pagar e, não obstante, vê seu capital ser disputado pelas concorrentes Gol e Latam, o que dificulta a possibilidade de uma solução rápida.

Com mais as devoluções desta segunda-feira, para as empresas de leasing Airfinance e GCAS, a Avianca deve terminar a semana com uma frota de apenas sete aviões, ante 60 de meses atrás. Em decorrência dessa perda, que ocorre após o feriado de páscoa, quando o fluxo de passageiros costuma ser mais expressivo nos aeroportos, a aérea anunciou o cancelamento de 1306 voos até o próximo dia 28. A imprevisibilidade do que irá e do que não irá decolar é tanta que a companhia passou a disponibilizar em seu site uma tabela, atualizada diariamente, com todos os voos que serão cancelados.

As dívidas da Avianca subiram com o dólar. O montante desembolsado pela empresa apenas com as aeronaves saiu dos 221 milhões de reais no segundo trimestre de 2017 e foi a 444 milhões de reais no mesmo período do ano seguinte. O gasto com combustível, nesse mesmo período, passou de 480 para 772 milhões de reais.

No meio de tudo isso, as concorrentes aéreas ― e também credoras ― Gol e Latam manifestaram interesse na aquisição dos ativos da Avianca, o que deve se concretizar em um leilão marcado para o próximo dia sete de maio, quando as companhias deverão adquirir os slots (direito de pouso e decolagem) concentrados na ponte Rio-São Paulo.

A aquisição, que deve movimentar pelo menos 70 milhões de dólares, está sendo denunciada pela Azul, que também tinha interesse nesses ativos e acusa a Gol e a Latam de tentar impedir seu crescimento. A superintendência geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu uma investigação para avaliar se há conduta anticompetitiva por parte da Gol e da Latam na compra dos ativos da Avianca.

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