Medo da gripe A eleva custos de Amil e Medial
Número de consultas e atendimentos cresceu com temor da doença
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
Os "efeitos psicológicos" da epidemia de gripe suína, provocada pelo vírus Influenza A (H1N1), figuram como um dos responsáveis por impactar de forma negativa os resultados financeiros da Amil no segundo trimestre de 2009. Segundo a operadora de planos de saúde, a partir de meados de junho os custos médicos foram afetados com o aumento no número de consultas e atendimentos de emergência.
De acordo com a empresa, na "maioria absoluta dos casos" os pacientes procuraram os centros médicos preocupados com sintomas do que poderia ser a gripe suína, provocada pelo vírus Influenza A (H1N1), mas depois descobriram que não se tratava da doença.
Em julho, o custo médico adicional decorrente a estes casos foi de cerca de 5 milhões de reais, relacionados aos atendimentos de emergência, consultas médicas e internação de pacientes em UTI. Além disso, durante o segundo trimestre, a Amil investiu 2,5 milhões de reais na criação de tendas, centros de atendimento por telefone, quiosques em hospitais e na impressão de material informativo sobre a nova gripe.
Estas informações, segundo a empresa, não significam que nos próximos meses os custos adicionais permanecerão estáveis. Seu comportamento dependerá da evolução da epidemia ao longo das próximas semanas.
Sinistralidade
Já a Medial, que também opera planos de saúde, diz que só começou a sentir os efeitos da gripe A em julho. Segundo o diretor de finanças e relação com investidores, Vitor Faga, embora ainda não haja informações exatas sobre os custos da operadora relacionados à epidemia, houve aumento no número de consultas e atendimentos. Só no balanço do terceiro trimestre ele acredita que poderá ser medido o impacto da gripe sobre os resultados financeiros.
No segundo trimestre, o índice de sinistralidade divulgado pela companhia no período chegou a 82,2%, 13,4 pontos percentuais a mais do que no primeiro trimestre e 18,7 a mais que no mesmo período de 2008. A empresa diz que esse aumento é sazonal, já que a chegada do inverno costuma elevar os índices de sinistralidade todos os anos.
De acordo com o analista da Fator Corretora, Iago Whately, a perspectiva é de que a sinistralidade permaneça alta no terceiro trimestre pois a procura pelos centros médicos e de diagnósticos relacionada às doenças de inverno deve se manter elevada.