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Médico do Palmeiras funda rede de clínicas de saúde esportiva

Gustavo Magliocca, que comanda uma rede de clínicas voltadas à medicina esportiva, fala de sua experiência empreendedora e dá dicas de gestão

Gustavo Magliocca, da Care Club: 11 clínicas de saúde esportiva no Sudeste e Sul do país (Sebrae-SP/Reprodução)

Gustavo Magliocca, da Care Club: 11 clínicas de saúde esportiva no Sudeste e Sul do país (Sebrae-SP/Reprodução)

A trajetória empreendedora do médico Gustavo Magliocca vai de uma sala de 35 metros quadrados, montada em 2010 na capital paulista, para a Care Club, rede de clínicas voltadas à medicina esportiva com 11 unidades distribuídas por São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Magliocca formou-se em medicina por influência do pai oftalmologista, mas o esporte acabou direcionando sua atuação.

A Care Club reúne no mesmo espaço atendimento com médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, massagistas e treinadores, tanto para iniciantes quanto para atletas profissionais. Vice-presidente da Sociedade Paulista de Medicina do Esporte, Magliocca esteve nas Olimpíadas de Londres, em 2012, e do Rio, em 2016, como médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.

Em 2013, foi convidado pela Rede Globo para participar do programa Bem Estar como consultor, onde ficou até 2020. Também em 2013, passou a chefiar o departamento médico do Botafogo, mas as idas e vindas na ponte aérea não eram compatíveis com o crescimento da Care Club. Ele se desligou seis meses depois para em seguida ser contratado pelo Palmeiras, seu time de coração, onde chefia o departamento médico. A seguir, ele fala sobre empreendedorismo na área de medicina esportiva.

Como surgiu a ideia de empreender na área de medicina do esporte?

Empreender não é uma ideia. Empreender é uma postura. Antes de ser médico, sou empreendedor nato. Desde muito novo sempre gostei de empreender. Não foi muito diferente quando me formei. Logo já saí empreendendo. Um dos empreendimentos foi a Care Club, com pessoas que acreditavam nesse meu sonho.

Como foi passar de uma sala de 35m² para uma empresa com 11 unidades?

O processo é lento, gradual, movido por sonhos e desafios. Parece tudo clichê, mas a verdade é essa mesmo. Quando você é a salinha de 35m² não faz ideia do tamanho que poderá atingir. Mas você quer um dia poder crescer, mostrar para as pessoas que aquilo que você acredita é o que realmente importa. Foi isso que fizemos. Sempre acreditamos que a atividade física, o exercício e o esporte eram importantes para a construção da saúde da pessoa.

Para um médico, quais são os maiores desafios de comandar uma empresa?

Um médico não é formado para gerenciar uma empresa. É formado para sanar problemas da saúde. O maior desafio que tive foram os problemas administrativos que o crescimento de uma empresa traz. Principalmente uma empresa que demanda um plano de ação em outros Estados. Então, meu maior desafio na Care Club, com certeza, foi conseguir estabelecer metas de gerenciar outras unidades fora do meu círculo de ação. Para isso você tem que contar com pessoas com a mesma vontade e o mesmo sonho que você. No meu caso, dentro da diretoria conto com pessoas assim.

Na sua visão, existe diferença entre atender um paciente e atender um cliente de outro tipo de serviço?

Um paciente ou um cliente são pessoas que estão demandando do seu serviço, do resultado. Gosto da ideia de a pessoa que está conversando comigo ter uma expectativa de resultado daquela conversa, de um retorno, de ação daquela conversa. Atendo todos da mesma forma.

Como conciliar o trabalho no Palmeiras e a sua empresa?

O Palmeiras é uma paixão. Paixões são fundamentais e necessárias para que o seu dia a dia seja positivo no final. O Palmeiras é onde descarrego, onde coloco minhas energias positivas e negativas. Se o Palmeiras não existisse na minha vida, talvez, não teria a energia necessária para a Care Club. O Palmeiras é tão parte de mim quanto a Care Club.

Qual sua percepção do mercado de medicina esportiva nos próximos anos?

Da mesma forma que vejo com o maior entusiasmo um crescimento da medicina do esporte no Brasil – quando digo esporte, digo exercício junto, olho com preocupação médicos que falsamente se intitulam do esporte. Ser médico do esporte não é só falar do exercício. Hoje em dia nós temos uma residência em medicina do esporte. Depois de a pessoa ser médica, ela faz mais três, quatro anos de especialização para poder atuar no mercado da medicina do esporte. E é importante que a gente valorize o médico que busca o máximo da sua formação. Vejo com entusiasmo o crescimento da medicina do esporte e do exercício.

Alguma dica para quem ainda não empreende, mas quer montar um negócio?

Essa é uma pergunta muito legal. A primeira é acreditar nos sonhos. Parece clichê, mas é a grande verdade. As pessoas estão acomodadas a seguir aqueles bondinhos mais tradicionais, das pessoas que tiveram mais sucesso. E esquecem de fazer aquilo que se propuseram a fazer, aquilo em que acreditam. A medicina do esporte mostrou isso. É uma área nova, que não tinha ninguém “habitando”, e começar a empreender nisso me deu essa certeza. Empreender é da natureza do ser humano. E acreditar nos próprios sonhos faz parte de você ser um profissional cada dia melhor. É isso. Acredite nos seus sonhos e vá atrás, como um objetivo organizado, e faça dele a sua carreira.

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