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Medicamentos para câncer triplicam participação na Roche

Desde os anos 70, a biotecnologia leva investidores a ciclos de euforia e depressão que, nos piores momentos, lembram a bolha da internet. As novas tecnologias, porém, já mostram seu valor. Apenas quatro medicamentos anticâncer da nova geração deverão responder por 15% do faturamento da farmacêutica suíça Roche este ano, no Brasil e no mundo. […]

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2011 às 09h25.

Desde os anos 70, a biotecnologia leva investidores a ciclos de euforia e depressão que, nos piores momentos, lembram a bolha da internet. As novas tecnologias, porém, já mostram seu valor. Apenas quatro medicamentos anticâncer da nova geração deverão responder por 15% do faturamento da farmacêutica suíça Roche este ano, no Brasil e no mundo.

A companhia tem 65 medicamentos no mercado e a participação dessa nova categoria na receita total não chegava a 5% antes de 1998. Na verdade, dois desses medicamentos, chamados anticorpos monoclonais, eram apenas um sonho da medicina no início dos anos 90.

A situação da Roche nesse mercado é emblemática. A empresa tomou a decisão estratégica de tornar-se a principal referência no tratamento do câncer em 1994. Foi quando constatou que havia maturado o investimento feito desde 1986 em empresas de biotecnologia como Genentech, DeCODE e Antisoma. Hoje, embora os tratamentos convencionais ainda sejam largamente utilizados no combate ao câncer, a Roche é tida como o mais inovador laboratório desse campo. É a companhia que tem no mercado os mais avançados medicamentos anticâncer , afirma a oncologista Nise Yamaguchi, diretora científica da Sociedade Brasileira de Cancerologia.

Globalmente, a Roche teve receita de 20 bilhões de dólares e prejuízo de 2,8 bilhões em 2002. No Brasil, espera crescer em 2003 mais de 30%, como no ano passado, quando faturou 651 milhões de reais. À sua frente, tem dois grandes desafios: um é impedir uma eventual dependência excessiva, no futuro, desse pequeno grupo de produtos. Oito medicamentos contra câncer devem responder por 20% da receita da Roche no Brasil este ano , diz Maria Ângela Bouskela, diretora de Produtos e Especialidades da empresa. O fato de 15% da receita vir de quatro medicamentos ainda não é preocupante, mas a tendência é de aumento dessa concentração. Por isso, há 11 novas moléculas em estudo para chegar ao mercado até 2010.

O segundo grande desafio é convencer governos e consumidores a adquirir os frutos da biotecnologia, ainda caros demais. As novas tecnologias não conseguiram reduzir o custo de pesquisa e desenvolvimento de um novo remédio, que estão na casa dos 400 milhões de dólares. O resultado é que 100 mg do anticorpo monoclonal Mabthera, o mais avançado dessa nova geração de medicamentos, custa 1 000 reais. Um tratamento usual exigiria 42 dessas doses ao longo de seis semanas.

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